As principais bolsas da Europa fecharam majoritariamente em baixa
na sessão desta quinta-feira (6) com exceção de Milão, que conseguiu
ficar em território positivo. O dia foi marcado por volatilidade após a
divulgação da ata da última reunião de política monetária do Banco
Central Europeu (BCE). Além disso, a expectativa com o relatório de
emprego (payroll) dos Estados Unidos, que sai na sexta-feira (7)
disseminou cautela entre os investidores.
Os dirigentes do BCE alertaram para os "crescentes desafios" em
obter bônus para o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em
inglês) da autoridade monetária, e sinalizaram também que o programa de
estímulos poderia ser expandido novamente. Ainda neste âmbito, o
vice-presidente do BCE, Vítor Constâncio, rechaçou a reportagem
publicada pela Bloomberg na quarta sobre a probabilidade da autoridade
monetária reduzir o ritmo de compras no QE e disse que não há um
consenso na instituição sobre esse tema.
Na sexta, os Estados Unidos divulgam o payroll, considerado uma
espécie de termômetro da saúde da economia norte-americana. O resultado
da criação de vagas no último mês pode influenciar a percepção dos
investidores sobre quando o Federal Reserve (Fed, o banco central dos
EUA) deve elevar os juros, e, de quebra, guiar os mercados acionários.
Com os investidores no aguardo desse dado importante, o índice
pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,40%, aos 342,82 pontos.
Em Londres (foto do Centro Financeiro), o FTSE 100 teve queda de 0,47%, aos 6.999,96 pontos,
com a libra renovando as perdas ante o dólar. Os investidores continuam
absorvendo a filosofia intervencionista da primeira-ministra do Reino
Unido, Theresa May, o que os levou a se desfazer dos papéis acionários. A
EasyJet foi o grande destaque negativo, em queda de 6,93%, após revelar
seu balanço trimestral, o que contaminou o setor aéreo e puxou outras
companhias do índice.
O DAX, em Frankfurt, recuou 0,16%, aos 10.568,80 pontos, com baixo
volume de negócios na véspera do payroll. A Deutsche Telekom caiu 2,03%,
enquanto a RWE perdeu 1,70%. Na esteira da queda da EasyJet, a
Lufthansa recuou 1,42%. Em Paris, o CAC-40 fechou em baixa de 0,22%, aos 4.480,10 pontos,
também à espera do payroll, que pode reforçar o argumento para os EUA
elevarem os juros. O setor bancário destoou e apresentou alta, com o
AXA, o Société Generale e o BNP Paribas subindo mais de 2,0%, mas as
imobiliárias, que se beneficiam de juros baixos, tiveram queda.
Milão foi a única das bolsas que fechou em terreno positivo,
subindo 0,09%, aos 16.491,62 pontos. Assim como em Paris, os bancos
tiveram boa performance, com o UniCredit subindo 2,29%, o Intesa
Sanpaolo avançando 0,70% e o Mediolanum ganhando 0,65%. Em Madri, o Ibex 35 caiu 0,24%, aos 8.757,40 pontos, enquanto o PSI 20, de Lisboa, recuou 0,82%, aos 4.537,63 pontos.
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