O presidente Michel Temer quer dar sinalizações positivas ao setor de
petróleo e gás hoje, ao abrir a feira Rio Oil & Gas, que ocorre
esta semana no Rio. A principal dessas indicações será apontar uma
direção-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mais amigável ao
setor do que a de Magda Chambriard, que deixa o cargo no próximo dia 4.
O
nome mais cotado, com chancela da indústria e apoio dentro do próprio
governo, é o de Décio Oddone. Ele é o atual diretor de óleo e gás da
Prumo e foi vice-presidente da Braskem. Oddone esteve na companhia
petroquímica por indicação da sócia Petrobras, onde, anteriormente, fez
carreira internacional.
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, apresentará no
mesmo evento as evoluções do governo Temer já conquistadas e prometidas
para o setor. Entre elas, falará sobre a aprovação da abertura do
pré-sal a investidores privados, ainda pendente de votação de destaque
na Câmara. Segundo o ministro, a ampliação do regime fiscal especial do
setor (Repetro) também está para ser renovada nos próximos dias.
"Há um momento novo no setor de óleo e gás, com empresas voltando a
considerar o Brasil", disse o ministro, que acabou de voltar de uma
viagem a Europa e Japão, onde teve contato com potenciais investidores. Entre os grandes temas em discussão pelo governo para tirar do papel
leilões da área do pré-sal, uma resolução do Conselho Nacional de
Política Energética (CNPE) a respeito das chamadas unitizações (leilões
de áreas contíguas a blocos já concedidos) está para ser publicada. Ela
poderia sair até mesmo antes da reunião ordinária do CNPE, em dezembro.
O
governo já definiu, por exemplo, que o regime de conteúdo local das
unitizações vai ser o mesmo que esteve em vigor quando houve a primeira
concessão. Ou seja, não será o resultado das discussões em curso, que
devem mudar as normas mais à frente
O debate sobre renovação de regras de conteúdo local a serem
cumpridas pelas petroleiras, com vistas a modernizar normas e evitar
favorecimentos, ficou um pouco mais complicado depois que federações de
indústrias de São Paulo e Rio e a Organização Nacional da Indústria do
Petróleo (Onip) questionaram uma flexibilização maior das normas. Mesmo
assim, deve-se chegar a uma definição ainda este ano.
As discussões na Rio Oil & Gas, segundo agentes do setor, devem
registrar uma postura otimista — ainda que receosa — das companhias, que
cobram do governo a formalização de medidas prometidas há tempos, como a
própria mudança do pré-sal e a ampliação do Repetro, que vence em 2019.
Os próximos leilões de grande porte ocorrem em 2017.
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