Um dia após o Banco Central cortar os juros básicos da
economia pela primeira vez em quatro anos, a moeda norte-americana
voltou a cair e fechou no menor valor em mais de dois meses. O dólar
comercial fechou esta quinta-feira (20) vendido a R$ 3,139, com queda de
R$ 0,03 (-0,95%). A cotação está no menor nível de fechamento desde 10
de agosto (R$ 3,132).
O dólar operou em baixa durante toda a
sessão, mas intensificou o ritmo de queda depois das 15h. Na mínima do
dia, por volta das 16h50, chegou a ser vendido por R$ 3,136. A divisa
acumula queda de 3,47% em outubro e de 20,49% no ano.
Como nas últimas sessões, o Banco Central vendeu hoje US$ 250 milhões em contratos de swap cambial
reverso, que equivalem à compra de dólares no mercado futuro. A
atuação, no entanto, foi insuficiente para conter a queda da divisa. A
cotação do dólar tem caído nos últimos dias com a proximidade do fim do
prazo da regularização de ativos no exterior, também conhecida como
repatriação. Até o dia 31, os brasileiros que mantêm legalmente bens e
direitos no exterior podem declarar o patrimônio à Receita Federal
pagando 15% de Imposto de Renda e 15% de multa, em troca da anistia de
crime de evasão de divisas. A medida está provocando a entrada de
recursos no país, pressionando para baixo a cotação do dólar.
O
dólar também caiu depois da decisão do Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic (juros básicos da
economia) pela primeira vez em quatro anos. Tradicionalmente, a queda
dos juros diminui a entrada de capitais externos, mas o fato de o Brasil
continuar a ter as maiores taxas de juros reais do mundo, ao descontar a
inflação dos juros, impulsiona o ingresso de investimentos estrangeiros
no país.
No mercado de ações, o dia também foi de ganhos. Depois
de uma leve queda ontem (19), o índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de
São Paulo, fechou em alta de 0,53%, aos 63.838 pontos. O indicador está
no maior nível desde abril de 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário