segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Codesp vai exigir contrapartidas para VLI descartar material de dragagem no seu terminal em Santos

         A Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) anunciou que vai exigir uma série de contrapartidas da VLI para que ela possa continuar descartando o material de sua dragagem no chamado "bota-fora", área oceânica licenciada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para receber o material das dragagens do porto público.
         O assunto que dividiu opiniões pela empresa pedir autorização a mais de um ano agora teve a resposta da estatal, que vai propor a assinatura de um termo de compromisso para assegurar que a VLI assuma a responsabilidade por impactos ambientais decorrentes da obra de expansão de seu terminal, principalmente na área de disposição oceânica. Se a VLI não cumprir as medidas, a autorização para usar o bota-fora será suspensa, diz a minuta do termo.
         A VLI fica fora do porto público, em área privada, e recebeu uma autorização da Codesp no início do mês que gerou um racha na diretoria da estatal, pois foi aprovada unilateralmente pelo presidente da Codesp, Alex Oliva, à revelia dos quatro outros diretores, que não convalidaram a decisão.
        Os diretores queriam um parecer final da gerência de meio ambiente para liberar o descarte. Oliva deu uma autorização "ad referendum", instrumento para aprovar atos de urgência pendente de aprovação pelo colegiado - um dispositivo do antigo estatuto da Codesp eliminado na revisão estatutária de 2015. O atual só permite decisões colegiadas.
       O parecer saiu no meio deste mês e avalizou que o material da dragagem da VLI é adequado para disposição oceânica. Na lista de compromissos, a estatal quer um estudo para subsidiar o processo de licenciamento ambiental da expansão do bota-fora para áreas adjacentes; a realização de um levantamento batimétrico dessas áreas; a elaboração de um inventário de documentos a serem solicitados pelo Ibama; e campanhas de monitoramento intensivo do material despejado na área, entre outras.

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