O Porto do Pecém está enfrentando problemas com o congestionamento de
navios. Na última sexta-feira (14), conforme a programação disponível no
site da Cearáportos, empresa que administra o terminal, estavam
ancorados na área de fundeio 19 navios, sendo 15 carregados de carvão
mineral e minério de ferro que se destinam às termelétricas Pecém 1 e
Pecém 2 e à usina da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Alguns estão
na fila para descarregar insumos para a siderúrgica desde julho.
Entre os fatores que contribuíram para a espera estão as sucessivas
interrupções na operação da correia transportadora de carvão mineral do
Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), que abastece as
térmicas e a CSP. Em setembro, o equipamento passou cinco dias embargada
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama). A ação ocorreu após uma vistoria do órgão e da
Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) constatar o
vazamento de carvão mineral e fuligem pelo equipamento.
Em julho, a correia sofreu um incêndio, cujas causas ainda estão
sendo apuradas. E, além disso, o equipamento vem passando por
manutenções periódicas. "Essa correia já tem mais de três anos, sofreu
quebras, passou por manutenção, e recentemente foi embargada. Devido ao
incêndio ela passou quase 30 dias parada, então, por esses motivos, a
gente está aí com uma fila de navios, o que resultou em atraso na
atracação", afirma Danilo Serpa, diretor-presidente da Cearáportos. "Mas
já sentamos com a CSP e com as térmicas e estamos nos esforçando para
atendê-las o mais rápido possível".
Para dar mais celeridade do desembarque do carvão, o Porto está
realizando o descarregamento do insumo em caminhões. "Além da correia,
estamos fazendo o descarregamento no Terminal de Múltiplo Uso,
justamente para poder diminuir essa fila", diz Serpa. Enquanto pela
correia é possível descarregar um navio em cinco dias, por caminhão são o
tempo de descarga chega a nove dias. Segundo Serpa, o Porto deve
receber em novembro mais dois novos guindastes para ajudar no
desembarque de carvão de outras cargas.
O problema, na avaliação do presidente da Câmara Setorial de
Logística da Agência do Desenvolvimento do Ceará, Heitor Studart, se
deve à demora na entrega de três berços que ainda aguardam homologação. A
previsão da Cearáportos é que dois berços sejam entregues em novembro e
o terceiro no primeiro semestre de 2017. "Desde o início do
funcionamento da CSP, houve um aumento muito grande do volume de
movimentação de carga e descarga de minério e carvão. Esses três berços
foram projetados para essa demanda e já deviam ter sido entregues.
A
Cearáportos precisa agilizar a batimetria porque um dia de navio parado é
um custo muito grande", apontou o presidente. A empresa trata da contratação de empresa especializada para a
realização do serviço, que, terá de ser homologado pela Marinha do
Brasil. Somente após a homologação é que os berços poderão ser
utilizados.
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