A Comissão Portos, entidade com sede no Rio de Janeiro (RJ) que reúne
organizações envolvidas com a atividade portuária no Brasil, realizou
sua Assembleia Geral Ordinária nesta semana. O encontro
aconteceu em São Paulo (SP) e reuniu, a portas fechadas, os principais
representantes das atividades públicas e privadas ligadas ao comércio
exterior brasileiro.
Na pauta da reunião, as entidades
ABTP, ABTL, ABTRA, Abratec, ATP e FENOP levaram para discussão um
documento que elaboraram contendo conceitos para serem encaminhados ao
governo federal, com sugestões para revisão da política pública da
atividade portuária no País. O documento aborda temas decisivos para o
setor, como o Marco Regulatório da infraestrutura de transportes
submetida a processos licitatórios, além de ações para garantir mais
impulso e liberdade à iniciativa privada.
"O
novo governo precisa estar ciente de que o nosso comércio exterior está
patinando", alertou José Augusto de Castro, presidente da AEB
(Associação de Comércio Exterior do Brasil), após a assembleia. "Não
podemos ser dependentes de commodities e tampouco do câmbio. Em 2016,
teremos exportado menos do que o total de 2006 em produtos
manufaturados, e isso não pode acontecer com um país. Para 2017, já se
sabe que as importações deverão crescer, enquanto as exportações vão
ficar estagnadas, despencando o superávit", completou.
O
presidente da AEB disse ainda que as empresas reconhecem a falta de
recursos do governo, porém enfatizou que, sem dinheiro, a esfera pública
precisa conceder mais liberdade à iniciativa privada. "Temos de
planejar hoje o que vamos querer para daqui a 25 anos", avisou.
Segundo
dados da própria comissão, 95% das exportações brasileiras, e 85% das
importações, dependem diretamente do transporte marítimo, o que
evidencia os portos como cruciais para o desenvolvimento econômico e
social do País. Para José Augusto de Castro, a chave está na redução de
custos.
"Não podemos pautar a nossa balança comercial nas circunstâncias
do câmbio, mas sim no mercado. Com custos reduzidos e mais
competitividade, o câmbio será apenas um detalhe", explicou.
Para
viabilizar a competitividade e eficiência da atividade, no entanto, são
necessárias medidas permanentes que visem ao aperfeiçoamento e à
sustentabilidade das operações portuárias. O objetivo central da
Comissão Portos é justamente batalhar pela competitividade sistêmica das
instalações portuárias e seus acessos terrestres para aumento da
produtividade, redução de custos e de burocracia.
Entre
os associados da comissão estão a CNC (Confederação Nacional do
Comércio), CNI (Confederação Nacional da Indústria), além de outras
entidades representativas do setor portuário e industrial, como ABAC,
ABDIB, ABEAM, ABIQUIM, ABRATEC, ABTP, ABTRA, AEB, ANUT, CENTRONAVE,
FIRJAN, IBRAM, Instituto Aço Brasil e Syndarma - a maioria das quais
representadas na assembleia que aconteceu em São Paulo.
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