O plano de recuperação judicial protocolado pela Sete Brasil na
Justiça do Rio (TJ-RJ) prevê a construção de até doze sondas de
perfuração de poços de petróleo para a Petrobras, que vão exigir
investimentos adicionais de US$ 5 bilhões. A empresa terá de conseguir
novos financiamentos ou aporte de recursos de terceiros para levar esse
plano adiante.
"O objetivo do plano é tentar viabilizar a empresa do ponto de vista
operacional para garantir um fluxo de receitas e pagar os credores",
disse Adriana Chagastelles, gerente-executiva de governança e relações
com investidores. A dívida líquida é de R$ 17,2 bilhões, segundo o
balanço de 2015. A dívida nova que a empresa conseguir levantar para
concluir parte das sondas será paga antes da dívida "concursal",
incluída na recuperação.
A partir de agora e pelos próximos três meses - até a assembleia
geral de credores, prevista para 10 de novembro -, a Sete Brasil vai
precisar avançar em negociações com a Petrobras, a cliente única da
empresa, em uma mediação cujas discussões ainda não começaram. Essas
discussões permitirão detalhar o plano apresentado à justiça na
sexta-feira em termos da quantidades de sondas que poderão ser
construídas. A negociação com a Petrobras também é importante para
definir as condições comerciais dos contratos, incluindo as taxas de
afretamento das sondas.
O plano apresentado pela Sete, portanto, é geral e ainda precisará
ser detalhado a partir das conversas com a Petrobras e as demais partes
interessadas (credores, acionistas da empresa e estaleiros). "Nossos
contratos são válidos e eficazes, mas como precisamos buscar fontes de
financiamento [para terminar as doze sondas] os potenciais investidores
precisam ter segurança sobre a continuidade dos projetos", disse
Adriana.
"Quem pode passar essa segurança é a Petrobras". Como o mercado
tende a ter resistência de tomar o risco de construção das sondas, uma
das alternativas consideradas é que alguns estaleiros financiem uma ou
duas unidades", argumentou ela..
As receitas consideradas pela Sete Brasil em sua reestruturação
incluem, além do afretamento das sondas, a eventual venda de ativos e a
possibilidade de a companhia receber valores resultantes de litígios (os
ex-administradores estão sendo processados pela empresa).
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