Empresários brasileiros estão em missão no Peru e na Colômbia para
fechar negócios com o setor privado dos dois países. Com representantes
de 50 empresas, a viagem começou na quarta-feira (24) em Lima (foto), capital
peruana, e irá às cidades colombianas de Bogotá e Medellín, terminando
em 1º de setembro.
A expectativa é de que a missão comercial,
coordenada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (Apex), movimente US$ 65 milhões em negócios, envolvendo
contratos acertados ainda durante a viagem e nos 12 meses seguintes. O
valor supera os US$ 58 milhões registrados no ano passado, quando houve
missão para os mesmos países.
De janeiro a julho deste ano, o
Peru recebeu US$ 1,06 bilhão em exportações brasileiras, representando
6,46% do total vendido para a América do Sul no período. A Colômbia
recebeu US$ 1,27 bilhão, ou 7,74%. Juntos, os países receberam o
equivalente a 14,2%.
O maior parceiro comercial brasileiro na
América do Sul é a Argentina que - de janeiro a julho - recebeu US$ 7,55
bilhões, ou 46%, do valor das exportações do Brasil para o
subcontinente. Rafael Prado, coordenador de Promoção de Negócios da
Apex, afirma que os mercados peruano e colombiano também têm grande
importância.
“A
missão Peru-Colômbia acontece desde 2010, com resultados positivos.
Esses países estão entre as economias que mais se desenvolvem na América
do Sul. Têm um ritmo de crescimento econômico que puxa diversos
mercados: infraestrutura, mineração, turismo”, enumera, destacando que
os países tiveram crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015,
mesmo com o cenário econômico adverso.
Segundo ele, a Apex tem
outras ações na América do Sul. “Tivemos [missão para] Paraguai e
Bolívia, por exemplo. A gente sempre faz um estudo de inteligência para
ver os mercados que estão mais promissores e construir a oferta
exportadora”, esclareceu. O foco da viagem para Peru e Colômbia, com
base nos dados do estudo prévio da Apex, são os setores de máquinas e
equipamentos, alimentos e bebidas, casa e construção e higiene e
cosméticos.
A empresária Gislene Gianetti Bezerra,
proprietária da Krater, fabricante de componentes para carros e motos,
tem oito encontros agendados apenas no Peru, com objetivo de abrir
mercado para seus produtos. Segundo ela, a empresa quer conquistar
espaço no país e na Colômbia para o segmento de motopeças, no qual
começou a atuar há seis anos. Mas o caminho para a exportação leva
tempo.
“Ainda estamos em um
processo, fazendo contato com os compradores. Em maio, participamos de
uma feira de motocicletas na Colômbia. Mas temos que ir lá uma, duas,
três vezes”, explicou, ressaltando que o respaldo do governo brasileiro
ajuda a mitigar a aversão ao risco por parte dos compradores.
“Quando
temos por trás o governo, temos uma estrutura que nos avaliza. Fazemos
um bom produto, mas a segurança do comprador é maior quando somos
avalizados pelo governo brasileiro. Essas missões são muito
interessantes, pois há todo um apoio. Você é assessorado no sentido de
marketing, segurança”, disse.
A missão para o Peru e a Colômbia
selecionou empresas que já têm experiência em exportação e outras
participantes do Programa de Extensão Industrial Exportadora (Peiex),
capacitação oferecida pela Apex a empresas iniciantes ou que nunca
venderam para o mercado externo.
Segundo Gislene Bezerra, a
Krater exporta desde 1996. Atualmente, cerca de 6% da produção da
empresa é destinada à exportação. “Houve anos em que chegou a 10%. A
crise não é uma crise só no Brasil, é mundial. O que fazemos para que
não caia nosso faturamento é buscar sempre inovar na produção. Nunca
colocar todos os ovos na mesma cesta”, finalizou a empresária.
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