A República da Namíbia apresenta o maior potencial logístico, econômico e político da África. A avaliação é da Thomson Reuters Brasil, em estudo que destaca ainda a posição estratégica do país, um dos mais jovens do continente, junto ao Oceano Atlântico. O especialista em Acordos Internacionais da agência, Marcos Piacitelli, entende que “impulsionada por seus recursos naturais, a economia da Namíbia
tem se mostrado estável e atrativa aos investimentos e negociações”.
O crescimento econômico da Namíbia vem se mantendo
consistente ao longo dos anos. “Com exceção apenas de 2009, devido à
crise econômica mundial. E seu PIB tem mantido desde 2009, ostenta uma taxa
de crescimento perto dos 5%”, diz o executivo da Thomson Reuters.
O World Bank e
FMI (Fundo Monetário Internacional) mostra dados apontando que mesmo que a economia do
país seja impulsionada pelos recursos naturais, o setor de serviços tem
sido responsável por 60% do total do PIB desde 1990. “Minas, pecuária,
pesca, metalurgia e processamento de alimentos são os pilares de sua
economia, fazendo com que a indústria seja o segundo responsável com
mais de 30% do total do PIB e a agricultura com pouco mais de 6% do
total do PIB”, argumenta Piacitelli.
Agrega ainda como fator positivo, o fato da economia da Namíbia ser muito similar e interconectada com a economia da
África do Sul (país vizinho), pelo comércio, investimento e políticas monetárias
comuns. Piacitelli destaca que o Dólar Namibiano também está indexado
com o Rand Sul-Africano, “o que proporciona benefícios ao país, pois
muitas tendências econômicas, incluindo a inflação, são similares às do
seu vizinho”.
Garantindo relações
comerciais preferenciais com os principais países do continente, a Namíbia conta ainda, como ressalta Piacitelli, com tratados de livre comércio, e é tambem membro da Área Monetária Comum, União Aduaneira da África
Austral (SACU) e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral
(SADC).
Na
evolução do Comércio Exterior, o especialista comenta que o valor de
exportações bem como de importações tem crescido nos últimos anos. “Em
2005 o intercâmbio comercial era de US$ 5,25 bilhões, já em 2013, este
fluxo foi para US$ 13,91 bilhões. Com uma balança comercial negativa
desde 2009, o que comprova o alto volume de importação”, destaca.
Como
principal origem a África do Sul, Botsuana, China e Estados Unidos
completam a lista dos principais parceiros representando 60% dessas
importações. O Brasil aparece na 18ª posição representando 0,4% do total
do ano de 2014. “As exportações brasileiras para a Namíbia cresceram
45% no período de 2010 a 2014, com forte volume de máquinas mecânicas,
vestuário, carnes, móveis, entre outros”.
Segundo
dados fornecidos pelo especialista, na composição de pauta de produtos
importados pelo país, os automóveis estão no topo da lista com 13,1%,
seguidos por Máquinas mecânicas com 11,9%, Combustíveis com 7,8%, Ouro e
pedras preciosas com 7,6%, Máquinas elétricas com 6,4%, entre outros.
De
acordo com o especialista da Thomson Reuters, o potencial e o
crescimento contínuo do país também tem chamado a atenção de empresas do
mundo todo, com destaque para as companhias nacionais que buscam na
Namíbia estabelecimento de polo industrial. O motivo ele explica: fator
localização geográfica e infraestrutura do país.
Piacitelli revela que a BRF já é uma das gigantes que está estudando investir no país,
transformando a Namíbia em um polo de industrialização e distribuição para os
demais países da África. “Isso se deu em uma recente comitiva ao país
que ocorreu no mesmo dia em que a União Europeia assinou um acordo
comercial com a Namíbia e outros cinco países africanos”, destacou.
O
executivo ressaltou ainda o Corredor Walvis Bay (WBCG - Walvis Bay
Corridor Group), um atrativo polo logístico com escoamento para os
principais países da África Austral, desde o Porto de Walvis Bay na
Namíbia. “Usualmente, as exportações Brasileiras para a África são
destinadas à portos como o da África do Sul, devido à diversos fatores,
principalmente pelo desconhecimento da potencialidade e da
infraestrutura da Namíbia na recepção de cargas internacionais e por
questões de custos logísticos. Entretanto, o porto de Walvis Bay, está
localizado apenas a 10 dias aproximadamente do porto de Santos e conta
com toda uma infraestrutura”, explicou.
Para
ele, a potencialidade do hub logístico da Namíbia, deve ser melhor
avaliada pelos exportadores brasileiros, aproveitando as oportunidades
proporcionadas pelo país. “O exportador brasileiro necessita escolher o
melhor caminho para atingir o atual mercado prioritário entre os países e
empresas, a África”, mas destaca que é preciso seguir esta tendência
global de investimento no continente “aproveitando as facilidades
disponíveis que são provenientes dos acordos de livre comércio com a
Namíbia, bem como sua localização geográfica estratégica de poucos dias
de rota transatlântica, e toda infraestrutura de escoamento logístico
que o país proporciona, pois, dependendo do fluxo de comércio, pode
reduzir os custos logísticos consideravelmente para as empresas
nacionais”. (fonte: Guia Marítimo e Thomson Reunters Brasil)
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