O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou preocupação e
admitiu a aliados, em reuniões nesta quarta-feira (13), que a situação
atual do governo é difícil. Lula passou o dia recluso no quarto do hotel
onde está hospedado para articular apoios ao governo e tentar barrar o
impeachment no Congresso.
Com uma agenda cheia, recebeu diversos parlamentares, como os
senadores Humberto Costa (PT-PE) e Lindbergh Farias (PT-RJ), o
governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT), o deputado petista
Vicente Cândido (SP) e um grupo do PCdoB, dentre os quais estava o
deputado Orlando Silva (SP).
Políticos que estiveram com ele definem sua aparência como
"cansaço" e "abatimento". Depois de diversos partidos declararem voto
pelo impeachment, como o PP e o PSD, até o ex-presidente, que assumiu
pessoalmente a articulação para barrar o processo, admitiu a dificuldade
da situação, mas tem passado aos aliados a mensagem de que é possível
ainda reverter o quadro.
Aos parlamentares que estiveram com ele, pediu que ajudem
procurando o maior número de deputados possível até domingo e enfatizou
que é preciso continuar trabalhando. O recado aos indecisos é que, caso o
governo vença o impeachment, Lula se tornará ministro e mudará a atual
gestão, dando espaço aos aliados.
O ex-presidente mandou recado ao Palácio do Planalto para que seja
objetivo na oferta de cargos e, por outro lado, tem recebido lista com
nomes de parlamentares a serem procurados em busca de apoio.
Durante a manhã, ainda houve um protesto dentro do hotel, com a
entrada de um homem vestido de "pixuleco", o boneco de Lula representado
como presidiário. Um funcionário pediu que o homem se retirasse, sob o
argumento de que não são permitidos protestos no local.
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