Acionistas da empresa de sondas Sete Brasil decidiram nesta
quarta-feira (20) entrar com um pedido de recuperação judicial, depois
do sinal verde do Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras,
acionista com poder de veto que ainda se opunha à medida.
A Sete vem se arrastando com uma dívida financeira de cerca de R$
17 bilhões. A companhia foi criada para construir e alugar sondas para a
Petrobras, que além de cliente é sócia. Também são acionistas os bancos
BTG Pactual, Santander e Bradesco, fundos de pensão de estatais como
Petros, Funcef, Previ e o fundo de investimento FI-FGTS. Esse grupo
investiu mais de R$ 8 bilhões na empresa.
No final de dezembro, os sócios da Sete já planejavam entrar em
recuperação diante do impasse com a Petrobras. A estatal criou diversas
dificuldades para evitar assinar contrato com a Sete. Desde aquela
época, a estatal sinalizava com uma proposta de acordo.
Mas o preço do
barril do petróleo caiu para patamares muito baixos, o dólar disparou,
e, para a estatal, ficaria mais barato alugar sondas prontas no exterior
em vez de pagar um pouco mais no país para estimular a indústria naval
local, como era o projeto original da Sete.
Durante meses, os sócios e bancos credores -alguns também são
sócios- discutiram a possibilidade de recuperação. Nas últimas semanas, a
Petros se opunha e pedia mais prazo para tentar renegociar com a
Petrobras. Sem o aceno da estatal, a Petros foi obrigada a ceder.
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