A percepção de que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff
será aprovado na Câmara era forte nesta sexta-feira (15), no mercado de câmbio, mas o dólar à
vista subiu pela primeira vez na semana, aos R$ 3,5263 (+1,42%). Isso
porque a perspectiva de impeachment já estava tão precificada que os
leilões do Banco Central finalmente conseguiram sustentar as cotações.
Na prática, o dólar quebrou em parte hoje o roteiro visto nesta
semana. O Banco Central realizou grandes operações de swap cambial
reverso - equivalentes à compra de dólares no mercado futuro - pela
manhã, o que deu sustentação às cotações. À tarde, porém, o dólar não
perdeu força como em dias anteriores e se manteve em alta.
Profissionais do setor disseram que, após o forte movimento de
desmontagem de posições compradas em dólar nos últimos dias, hoje os
players se mostraram mais cautelosos. A derrota do governo na votação de
domingo está precificada e, por isso, os leilões do BC mantiveram a
moeda americana no território positivo.
O Banco Central colocou hoje, em três leilões de swap reverso,
88.500 contratos. Na prática, é como se o BC tivesse retirado do sistema
US$ 4,425 bilhões.
No campo político, o fato de o governo ter sofrido derrota na noite
de ontem no Supremo Tribunal Federal (STF), em mandado impetrado pela
Advocacia-Geral da União para anular o processo de impeachment, foi bem
recebido.
Além disso, o Placar do Impeachment, do jornal O Estado de São Paulo, já na noite
de ontem indicava que a oposição tem votos suficientes para dar
continuidade ao processo de impeachment. Na tarde de hoje, o
levantamento indicava 347 deputados a favor do impeachment e 129
contrários. Há 12 indecisos e 25 não responderam. São necessários 342
votos para o impeachment passar pela Câmara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário