O transporte de cargas por ferrovias apresentou expansão de 25% nos últimos anos, embalado especialmente pelas obras de
infraestrutura realizadas no setor. A movimentação de soja de Mato Grosso até o
Porto de Santos (SP), por exemplo, ganhou espaço e já responde por 50% da leguminosa que vai do estado para o complexo paulista.
Em operação há três anos, o Terminal
Ferroviário de Rondonópolis mostra intensa movimentação nesta época. Mais de mil
caminhões carregados passam diariamente por lá e trazem uma produção que
levanta poeira nos tombadores e que, em seguida, vai parar dentro dos
vagões. O embarque é feito em duas linhas simultaneamente, que trabalham
em ritmo acelerado. Juntas elas dão conta de encher, em média, 33
vagões por hora, cada um deles com 85 toneladas de soja.
Apesar de
ter tomado grande espaço nos últimos anos, o caminhão ainda tem papel
importante nesse transporte, já que movimenta pelo menos metade dessa
soja. “A dificuldade maior de produtores que vêm com a ferrovia é que
você tem dois tombos com mercadoria, tem que carregar com o caminhão e
tem que levar até a ferrovia para traslado por trem e então levar para o
porto. Isso encarece um pouco”, explica Helvio Fiedler,
diretor-executivo da Coabra (Cooperativa Agroindustrial do Centro
Oeste).
O Terminal Ferroviário de Rondonópolis registra filas
enormes para embarque, isso já explica o motivo do trabalho constante.
“Saem por dia deste terminal sete composições com 80 vagões. Então nós
estamos falando em um volume aproximado de quase um navio por dia que
sai de grãos aqui dos nossos terminais de Mato Grosso e vão para
Santos”, conta Fabrício Degani, diretor de portos e terminais da
Rumo/All.
Degani comenta ainda que nesse primeiro trimestre do ano
já foram pouco mais de 3 milhões e meio de toneladas se comparado com o
primeiro trimestre do ano passado. “A gente tem 1 milhão, 1,2 milhão de
toneladas mais”, completou.
Sem revelar o valor do frete, a
concessionaria afirma que é mais barato que o rodoviário, hoje R$ 240
por tonelada entre Rondonópolis e Santos. “Em torno de 90% do volume que
segue para exportação pelo Porto de Santos chega até lá pela ferrovia”,
afirma o gerente, destacando ainda as vantagens do transporte por trem.
“Sem dúvida ele faz diferença porque commodity você tem que ganhar
performance. Quando você tem plena capacidade de performance. Ele se
traduz automaticamente no bolso”.
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