quinta-feira, 14 de abril de 2016

Tráfego de contêineres da América do Sul para a Europa apresenta expansão nos últimos meses

         O tráfego de containers da Costa Leste da América do Sul para os portos europeus alcançou expansão expressiva nos últimos meses. O crescimento resultou da queda do real, que estabilizou o mercado a partir de setembro do ano passado, depois de enfrentar reduções anuais de 2008 a 2014, de acordo com especialistas do setor.
         A mudança se concretizou, em novembro, quando os negócios  para o mercado europeu dispararam, de uma taxa de 14% de aumento anual para 14,5% em dezembro e 19,7% em janeiro de 2016. Ao mesmo tempo, a rota sul, tradicionalmente dominante, agora navega em águas paradas, com quedas mensais que chegam a dois dígitos desde setembro.
         Os embarques originados no norte da Europa, destinados à América do Sul, encolheram a uma taxa de 9,6% na comparação anual de janeiro de 2015 a janeiro de 2016, chegando a 37.600 teus, enquanto as exportações do Mediterrâneo chegaram a registrar quedas de 15,6%, passando para 16.400 teus.
        No sentido oposto, as cargas transportadas para a Europa somaram 437.mil teus na segunda metade de 2015, contra 381.000 teus na direção oposta, o que reverteu a balança existente desde o primeiro semestre de 2012.
        As mercadorias que lideraram a reversão do tráfego foram as commodities tradicionais brasileiras, como café, açúcar e tabaco. Os especialistas acreditam que ocorrerá outro aumento no fluxo com a safra da soja,:
         Com a esperada elevação de 12% na colheita deste ano, há uma grande chance de que o transporte de containers tenha de ser complementado por operadores de graneleiros, para escoar quantidades que vão superar os volumes de 2015..
         Apesar do aumento no tráfego, no entanto, a capacidade dos navios, em slots, em ambas as direções, aumentou somente 1,7% na comparação entre fevereiro deste ano e do ano passado. Os armadores não se beneficiaram de maiores tarifas de fretes, que decorreu da “inabilidade de equilibrar a oferta com as flutuações mensais da demanda, gerando baixa utilização dos navios, mesmo no tráfego northbound.

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