Manifestações contra e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff se espalham
por todo o país na tarde desse domingo à tarde, pouco antes do início da votação do processo na Câmara dos Deputados. Os protestos estão acontecendo em pelo menos doze estados e no Distrito Federal.
Em Porto Alegre, o movimento a favor do impeachment está acampado
há quase um mês no Parque Moinhos de Vento. Segundo a organização, são
militantes do Vem pra Rua, do Movimento Brasil livre (MBL) e da Banda
Loka Liberal. Já os apoiadores da presidente montaram suas barracas e
tendas na Praça da Matriz na segunda-feira passada. Ambos os
acampamentos devem transmitir, ao vivo, a votação do relatório da
Comissão Especial de Impeachment.
Em Brasília, os protestos estão tranquilos. Um corredor humano
formado por policiais se posiciona em cada um dos lados do muro que
separa os grupos. O número de manifestantes a favor do impeachment é
maior no momento, com integrantes vestidos de verde e amarelo e tirando
selfies. Por enquanto, o lado dos que são contra o impedimento da
presidente Dilma ainda está vazio, pois os manifestantes vão sair juntos
do acampamento ao lado do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.
No Rio de Janeiro, a manifestação contra o impeachment é embalada
por sucessos como "Rap do Silva", "Nosso Sonho" e "Rap do Salgueiro" na
Praia de Copacabana. O protesto, que começou por volta das 10h30m, foi
organizado pela Frente Brasil Popular e pela Furacão 2000.
Até mesmo kit anti-golpes estão sendo vendidos na manifestação. Na
esquina da rua República do Peru com a orla de Copacabana camisetas,
lenços e broches eram vendidos para quem desejava condenar o processo de
impeachment.
Já em São Paulo poucos manifestantes se reúnem na Avenida Paulista,
favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Um grupo
pequeno protesta contra o processo no Vale do Anhangabaú, no centro da
capital paulista.
Polícias militares, no entanto, detiveram um homem acusado de
cortar o pato gigante inflável da Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo (Fiesp). O pato é usado como símbolo da campanha contra
aumento de impostos intitulada "Não vou pagar o pato". Segundo a Polícia
Militar, o acusado portava uma faca e teria cortado o pato inflável por
volta das 8h30m. Ele foi levado, algemado, ao 78º DP, no bairro do
Jardins, zona sul da cidade. A Fiesp disse que a entidade tem quatro
patos e confirmou que um deles foi atacado pelo acusado. O principal tem
112 metros de altura e já está colocado na Avenida Paulista, em frente à
sede.
Neste domingo, vinte e quatro anos após o impeachment de Fernando
Collor de Mello, o primeiro presidente eleito após duas décadas de
ditadura militar, a Câmara dos Deputados decide se autoriza a abertura
de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A
aprovação, que precisa do apoio de 342 dos 513 deputados, poderá
deflagrar o fim da era de 13 anos do PT no poder.
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