O governo anunciou nesta terça-feira
que até 2019 o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) somará R$ 1,2 trilhão e os bancos oficiais emprestarão R$
48,6 bilhões para as concessões do Programa de Investimentos em
Logística (PIL). Esses dados fazem parte do Plano Plurianual 2016-2019,
que foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff em janeiro passado sem essas cifras. Na
ocasião, o Executivo havia ficado de informar ao Congresso, num prazo de
90 dias, qual o montante destinado aos dois programas de investimento.
A cifra relativa ao PAC inclui investimentos feitos com recursos do
Orçamento Geral da União, aqueles realizados com recursos das empresas
estatais federais e os financiamentos concedidos por bancos oficiais
para projetos incluídos no programa. Os valores informados para o PIL
referem-se unicamente a empréstimos.
Os dois programas são apostas fortes do governo para a criação de uma agenda
positiva, em meio às discussões sobre o impeachment da presidente Dilma. Por serem em sua maioria empreendimentos de longo prazo, esses
investimentos têm uma certa proteção contra turbulências políticas e a
retração econômica. Porém, a imunidade não é total.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem
retardado a liberação de empréstimos para as concessionárias em
infraestrutura. Por isso, tem sido alvo de críticas generalizadas nos
bastidores. O governo quer mais rapidez, não só para destravar
investimentos, mas também para injetar liquidez nas empresas
brasileiras, que padecem de falta de caixa
Liberando
O PAC, por sua vez, sofreu um corte de R$ 34,9 bilhões em seu
orçamento, na comparação com o ano passado. Diante da queda de receitas e
de dois bloqueios de gastos (contingenciamentos), que já somam R$ 44,6
bilhões este ano, o programa ficou com um limite disponível de R$ 24,3
bilhões para gastar este ano.
Mas os números registrados no Sistema Integrado de Administração
Financeira (Siafi) indicam que o governo tem usado essa margem, ainda
que estreita, para tentar reativar a economia. Em março, foram pagos R$
3,635 bilhões em despesas relacionadas com o programa, um crescimento de
22,7% sobre março do ano passado.
A maior parte desses recursos, R$ 1,498 bilhão, foi liberada para o
Ministério dos Transportes, que utilizou o dinheiro principalmente em
programa de manutenção e conservação de rodovias. O governo tratou de
acertar, este ano, contas atrasadas que tinha com construtoras que
prestam serviços ao Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit). Com isso, buscou amenizar a crise aguda por que
passam essas empresas, que são majoritariamente de médio porte.
O Ministério do Planejamento informou que houve
"acréscimos residuais" mas que, no geral, os montantes liberados este
ano são semelhantes aos de 2015. Os pagamentos, disse, seguem
programação orçamentária e financeira estabelecida em decreto. A pasta
negou que o desempenho tenha qualquer relação com o atual quadro
político.
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