Maior exportadora de veículos do Brasil, a Volkswagen se beneficiou com a
depreciação do câmbio e encerrou 2015 com a venda de 124.959 unidades
para o exterior, o que significa um crescimento de 35% em relação ao
volume de 2014, mostram dados divulgados pela montadora nesta
quinta-feira, 14. O resultado ficou acima da média da indústria
automotiva, que apresentou alta de 24,8% na mesma comparação, segundo
dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea).
No ano passado, todas as montadoras instaladas no
Brasil exportaram um total de 416,9 mil unidades. As vendas da
Volkswagen representaram 30% desse valor. Em 2015, a empresa iniciou os
embarques do modelo up! para Uruguai, México e Peru. Lançado no começo
de 2014, o up! sofreu no mercado interno e não conseguiu ficar entre os
10 mais vendidos do País em sua categoria, a de automóveis. O
modelo mais exportado pela marca no ano passado foi o Gol, com 54.834
unidades, seguido do Voyage (22.406) e da Saveiro (19.883).
A
Volkswagen exportou para 16 países em 2015. Destes, a Argentina segue
como o principal mercado da marca no exterior, responsável pela compra
de 68.788 unidades, mais da metade do total embarcado. "As exportações
são importantes na tentativa de um melhor equilíbrio financeiro, mesmo
diante de uma queda expressiva nas vendas do setor automotivo no mercado
interno", avalia o presidente da Volkswagen do Brasil, David Powels.
Para
o vice-presidente de Vendas e Marketing, Jorge Portugal, o real
desvalorizado contribuiu para o aumento das exportações, mas não foi o
único fator. "É importante destacar que alguns países da América Latina
também sofrem com a desvalorização das suas moedas. Porém, mesmo diante
desses desafios, a Volkswagen reforçou sua estratégia de exportação e
incrementou o portfólio com novos produtos", argumentou.
Com a
expectativa de que o mercado interno continue enfraquecido em 2016, as
vendas externas devem ser a aposta das montadoras neste ano, uma vez que
o câmbio seguirá depreciado, tornando o veículo brasileiro mais
competitivo no exterior. Os economistas Fábio Silveira e André Melo, da
consultoria GO Associados, estimam que, com o câmbio mais favorável, as
vendas externas terão acréscimo de 15% neste ano em relação ao ano
passado. A previsão da Anfavea é de expansão de 8,2%.
Para o
dólar, a consultoria espera um aumento do patamar médio de R$ 3,33 para
R$ 4,09. Quanto ao consumo interno, deve haver nova queda em 2016, de
4,2%, a quarta seguida. A Anfavea, por sua vez, projeta recuo de 7,5%
nas vendas internas. Considerando os segmentos de automóveis e
comerciais leves, as vendas internas da Volkswagen tiveram queda de 37%
em 2015 ante 2014, para 359,4 mil unidades. Com isso, a fatia de mercado
da companhia encolheu de 16,87% para 14,51%.
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