O Complexo Portuário do Itajaí encerrou o exercício de 2015 com retração
de 9% no volume de contêineres operados. O volume de Teus movimentado
no exercício de 2015 foi de 983,76 mil teus, sobre 1,09 milhão
registrados nas operações de 2014. Em unidades, no ano de referência o porto movimentou cerca de 588 mil contêineres, um volume 11% inferior
aos 657,4 mil do exercício anterior.
Entre os problemas enfrentados pelo porto de Itajaí durante o ano de
2015, houve as obras de reforço e realinhamento do Cais Comercial e seus
dois berços, 3 e 4, além de mudanças de linhas de navios, com o advento
de novos players no mercado de contêineres, e as fortes chuvas na
região, que provocaram o assoreamento do canal e bacia de evolução do
Complexo.
O clima do ano todo sofreu forte influência do fenômeno El
Niño, que, em Santa Catarina e no Sul do Brasil, chegou a comprometer
operações devido ao aumento significativo nos volumes de chuva,
principalmente nos meses de agosto, setembro e outubro. O porto fechou o
ano com 25 dias de impraticabilidade na Barra, além de 33 dias operando
com restrições, somando um total de 60 escalas canceladas.
Segundo a administração portuária, o fato de o Complexo de Itajaí operar
basicamente produtos acabados e de alto valor agregado também impactou
nos resultados, além da conjuntura econômica externa desfavorável: tanto
as economias avançadas quanto os mercados emergentes e economias em
desenvolvimento tiveram sua previsão de crescimento do PIB reduzidas, e
os principais parceiros comerciais brasileiros, como China e Estados
Unidos, também apresentaram um menor dinamismo nas suas economias em
2015.
Apesar da retração no movimento local, Itajaí acompanhou a evolução do
comércio exterior catarinense, na contramão dos números da corrente de
comércio brasileira. As exportações catarinenses fecharam 2015 em US$
7,644 bilhões, valor 15,8% inferior ao registrado em 2014. Entre os dez
principais produtos embarcados no Estado, os maiores recuos foram
registrados pela soja (-30,1%), motores e geradores elétricos (-27,6%) e
carne suína (-24,7%). O frango – principal produto exportado pelo
Estado e pelo Complexo Portuário, que é o segundo maior exportador da
mercadoria – teve recuo de 16,2% na mesma comparação.
Em valor agregado absoluto, o Porto de Itajaí manteve-se, em 2015, como o
porto brasileiro que apresentou os maiores índices do país: enquanto o
Porto de Santos negociou US$ 1,33 por Kg em valores FOB, Itajaí alcançou
o valor de US$ 1,90 por Kg movimentado, enquanto Paranaguá, cujo
escoamento predominante são commodities, fechou o ano com a média de US$
0,66 por Kg.
De uma maneira geral, apesar do resultado positivo da balança
brasileira, 2015 foi um ano de queda geral das vendas do Brasil para o
exterior, que decresceram a uma taxa de 15% em relação a 2014. Nas
importações, também registramos queda, da ordem de 25,2%, e o superávit
da balança comercial brasileira ficou por conta da diferença cambial
aliada à queda das importações em ritmo mais acentuado que as
exportações.
Entre os destaques do ano de 2015, Itajaí aponta a execução das obras de
reforço e retificação dos Berços 3 e 4, com investimento em 2015 de R$
110 milhões e investimento total de R$ 160 milhões, por meio de convênio
com a Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP); conclusão
do processo licitatório das obras da primeira etapa da nova bacia de
Evolução do Complexo Portuário, pelo Governo do Estado, em 16 de março,
no valor de R$ 104 milhões; projeto de dragagem emergencial do canal de
acesso e bacia de evolução do Complexo, a ser executado pela Secretaria
de Portos da Presidência da República (SEP), com orçamento de R$ 65
milhões; restauro do antigo prédio da Inspetoria do Porto de Itajaí,
além da liberação do licenciamento ambiental para o início das obras da
primeira etapa da nova bacia de evolução, em novembro.
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