As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quarta-feira
(27), após a recuperação do petróleo e das ações em Nova Iorque ontem, e
à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o
banco central dos EUA). Os mercados chineses, no entanto, foram exceção,
embora tenham encerrado os negócios com perdas bem menores do que as
vistas durante o pregão.
O Xangai Composto, principal índice
acionário chinês, caiu 0,5% hoje, a 2.735,56 pontos, renovando mínima de
fechamento desde dezembro de 2014. No pior momento da sessão, porém o
Xangai chegou a recuar 4%. Com isso, o Xangai acumula
desvalorização de 47% desde o pico que atingiu em junho do ano passado.
Em janeiro, as perdas chegam a quase 23%, o que significa que o índice
poderá ter a maior queda mensal desde outubro de 2008, quando caiu cerca
de 25%. Em Shenzhen, onde fica um mercado chinês de menor abrangência, o índice local caiu 0,8%, a 1.700,15 pontos.
Além
de preocupações com a desaceleração da China e com a desvalorização do
yuan, pesou no sentimento dos investidores a notícia de que o lucro
industrial chinês teve queda anual de 4,7% em dezembro, o sétimo
declínio consecutivo. Em todo o ano de 2015, o lucro industrial encolheu
2,3%, revertendo o aumento de 3,3% verificado no ano anterior.
As
perdas em Xangai diminuíram na última hora do pregão, com avanços em
blue chips dos setores petrolífero e bancário. Ontem, o petróleo teve
ganhos superiores a 3,5% na New York Mercantile Exchange (Nymex) e de
mais de 4% na Intercontinental Exchange (ICE). Alguns
investidores continuam especulando também que Pequim poderá anunciar
novo corte de compulsórios bancários antes do feriado do ano-novo
chinês, que será na segunda semana de fevereiro, mas a aposta nessa
hipótese vem perdendo força.
"No curto prazo, (o PBoC)
provavelmente vai continuar injetando liquidez no sistema por meio de
operações de mercado aberto, em vez de fazer cortes (de compulsório)
para evitar que ocorram mais saídas de capital," comentou François
Perrin, gestor de fundos do East Capital Asia, em nota a clientes.
Em
outras partes da Ásia, os ganhos foram generalizados. Em Hong Kong, o
Hang Seng subiu 1,02%, a 19.052,45 pontos, enquanto em Seul, o índice
sul-coreano Kospi registrou alta de 1,4%, a 1.897,87 pontos, o filipino
PSEi saltou 3,1% em Manila, a 6.507,22 pontos, e o Taiex avançou apenas
0,3% em Taiwan, a 7.849,83 pontos, após o fechamento misto de empresas
ligadas à Apple, que ontem divulgou fraco crescimento da receita no
último trimestre.
Os fortes ganhos das bolsas de Nova Iorque
ontem - que variaram de 1,09% a 1,78% - e balanços melhores do que o
esperado de empresas norte-americanas também contribuíram para a mão
compradora na maior parte da região asiática nos negócios desta quarta. Os
investidores na Ásia também aguardam o anúncio de política monetária do
Federal Reserve. Embora não haja expectativa de que o Fed volte a
elevar juros, como fez no mês passado, o BC norte-americano poderá
mostrar uma postura "dovish" (favorável à manutenção de estímulos),
diante da turbulência recente nos mercados financeiros globais e a
desaceleração da economia mundial. O Fed anuncia sua decisão às 17h (de
Brasília).
Na Oceania, por outro lado, a bolsa australiana foi
pressionada pela queda nos mercados chineses e pela tendência de
fraqueza do petróleo, que voltou a cair hoje. O S&P/ASX 200, índice
que reúne as ações mais negociadas em Sydney, recuou 1,2%, a 4.946,40
pontos. O mercado na Austrália, que ontem não operou devido a um feriado
nacional, acumula perdas de 6,6% em janeiro e encaminha-se para
registrar sua maior desvalorização no primeiro mês do ano desde 2008.
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