A expansão do tráfego de carga
aérea mundial, desde o começo da crise econômica mundial em 2008, foi de apenas 1,7% em média ao ano até
2013. O aspecto positivo é que ele voltou a
crescer em 2014, registrando uma alta de 4,4%. E as previsões
eram de um crescimento sustentado no ano passado, que se manteria
em 2016.
O gerente de Prospecção e
Fidelização da Infraero, Natan Machado de Campos Neto, disse que assim como em diversos setores da economia, o
ano de 2015 foi de retração na tonelagem de carga transportada pelo
modal aéreo. “A desaceleração econômica afetou principalmente o
movimento de cargas domésticas e de importação. Na Rede Teca, a redução
total, considerando todos os segmentos, foi de 23% em comparação com os
números de 2014”, explicou.
A participação das principiais empresas na quantidade de carga
transportada no mercado internacional no ano passado, mostrou um
resultado desacelerado. “Nos importadores de maior volume, a redução de
movimentação foi mais evidente. Foram constatados, em alguns momentos,
picos de desaceleração nestes clientes”.
No Brasil, conforme estudo da Abear (Associação Brasileira das
Empresas Aéreas), mesmo com a facilidade que o setor aéreo representa
para o transporte em um país com a dimensão territorial, a logística de
cargas por avião ainda é pouco aproveitada. Menos de 20% da capacidade
(em peso) para transporte de cargas nas aeronaves é utilizada. E as
previsões são tímidas: estima-se que o modal aéreo doméstico cresça 58%
até 2020, enquanto o transporte de passageiros irá dobrar de quantidade.
Na demanda de transporte aéreo de carga no mundo, os números até
novembro de 2015 mostraram uma queda de 1,2%. O que para Adalberto
Febeliano, vice-presidente de Marketing da Modern Logistics, não impacta
em seus serviços, já que seu foco principal é no transporte doméstico
de carga.
“Não esperamos muito reflexo da situação internacional no
mercado interno, pelo menos nos primeiros anos. Como, segundo a CNT,
somente 0,4% do total de cargas no país é transportada no modal aéreo,
contra 2% a 3% em países de dimensões geográficas comparáveis, como
Canadá e Austrália, acreditamos que existe um vasto potencial de mercado
a ser explorado no Brasil”, calculou o executivo.
Nesse sentido, o gerente de Prospecção e Fidelização da Infraero
ressaltou o constante trabalho da companhia na promoção da eficiência
logística junto aos importadores e toda a cadeia logística. “Este
trabalho, iniciado há mais de uma década, permite que as empresas do
setor otimizem seus custos tanto financeiros como de tempo, sendo que a
cobertura do setor também foi ampliada ao longo dos anos”, argumentou Campos Neto.
Para ele, no âmbito do transporte de carga doméstica entre
aeroportos dentro do Brasil, as tratativas ocorrem junto às companhias
aéreas, que detêm a maior parte desse segmento. “No entanto, em um país
predominantemente rodoviário como o Brasil, sabemos que essa é uma
tarefa complexa e que inclui ações de vários setores, tanto em âmbito
público quanto privado”, disse.
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