segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Cargill fecha unidade em Londres por causa da queda no preço dos fretes dos navios


         A Cargill, decidiu fechar seu escritório de transporte marítimo em Londres (Reino Unido) e consolidar as operações em Genebra (Suíça), em virtude da grande queda dos preços de frete de navios. "A redução da demanda da China e o desaquecimento da economia global levaram a um cenário de superoferta de embarcações no mercado internacional", anunciou a empresa, em nota. Segundo o comunicado, o mercado de frete marítimo enfrenta a maior desaceleração desde meados dos anos 1980, e sem perspectivas de melhora no futuro próximo.
          O escritório da Cargill em Londres administra mais de 500 embarcações, que transportam cerca de 220 milhões de toneladas de commodities/ano. O fechamento é simbólico já que a unidade está num tradicional "hub" de escritórios marítimos formado pelas maiores companhias do mundo. "Esta é uma decisão muito difícil", disse Roger Janson, diretor de transporte marítimo da companhia.
          A decisão reflete um momento difícil enfrentado por grandes "players" do comércio marítimo global, que afeta sobretudo as embarcações de granel seco. A desaceleração econômica da China levou a uma redução nas compras de matérias-primas, de minério a grão.
         "Nunca vimos nada como isso", diss ao "The Wall Street Journal" Emanuele Lauro, CEO da Scorpio Bulkers. "Nunca pensamos que ficaríamos nesse situação quando compramos navios em 2013 e 2014. Mas, nos últimos meses, a prioridade é vender os navios". Nesses dois anos, a empresa investiu US$ 1,5 bilhão em 28 embarcações "capesize", os maiores modelos de navios.
          Segundo as empresas marítimas, o agronegócio deverá dar alívio à movimentação de navios no segundo semestre, quando grandes volumes de grãos do Hemisfério Norte começarão a ser escoados. As previsões apontam também para volumes grandes de trigo da Ucrânia, assim como embarques de grãos da Argentina. Mas as commodities agrícolas sozinhas, dizem as empresas, não conseguem manter o ritmo de circulação de navios necessário para a viabilidade do negócio.

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