A retirada das sanções ao Irã, entre elas as que proibiam companhias
ocidentais de vender aeronaves à república xiita, pode desencadear uma
onda de negócios no setor aeronáutico, uma vez que o país opera uma das
frotas mais velhas de aviões no mundo.
"Décadas de sanções tem
afetado a capacidade do país em adquirir equipamentos de reposição e
novas aeronaves, resultado em uma idade média para a frota das
companhias aéreas iranianas de 22 anos, o dobro da média internacional",
afirmou a consultoria OAG Aviation Worldwide em um novo relatório.
Pouco
antes da retirada das sanções, o ministro dos Transportes iraniano,
Abbas Akhoundi, afirmou à mídia local que o país fez um acordo com a
Airbus para adquirir 114 aeronaves assim que as restrições acabassem. No
domingo, o executivo da companhia europeia disse que o Irã é um "enorme
mercado" que pode se traduzir em novos pedidos de 400 ou até 500 aviões
nos próximos anos.
Para Paulo César de Souza e Silva, que chefia
a divisão de aviação comercial da Embraer, "há uma grande oportunidade"
para a companhia brasileira, acrescentando que o Irã tem muitos aviões
de 100 lugares que precisam ser trocados. A Embraer irá se aproximar dos
potenciais clientes iranianos, disse o executivo, mas ainda examina se
todos os obstáculos burocráticos foram removidos.
De acordo com
dados da AeroTransport Data Bank, a frota da Iran Air, a mais importante
companhia aérea do país, tem uma idade média de 25 anos. A idade
avançada das aeronaves podem ser um obstáculos em lugares como a União
Europeia, que restringe alguns tipos de aeronaves por motivos de
segurança.
O ministro dos Transportes iraniano tem preparado a
volta das aquisições de aeronaves desde o ano passado, quando foi à
Paris Air Show e se encontrou com executivos do setor. Na ocasião, ele
afirmou que seu país gastaria o equivalente a US$ 20 bilhões em novas
aeronaves ao longo da próxima década.
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