Mais de 2 mil guardas portuários que atuam nos 30 portos brasileiros farão uma paralisação de duas horas esse mês. O objetivo é chamar a atenção sobre o sucateamento das atividades
dos Guardas Portuários nos terminais do país. O presidente do Sintraport (Sindicato dos Trabalhadores na Administração
dos Portos do Paraná), Gerson Antunes, contou ao Guia Marítimo que a
decisão visa chamar a atenção da sociedade e das autoridades pelo não
cumprimento das normas de segurança internacionais, nem das portarias
federais que regulamentam a atividade.
“Apesar da regulamentação feita
pela SEP onde está escrito que a Guarda Portuária deve estar diretamente
ligada às administrações portuárias, ou seja, funcionários públicos e
não terceirizados, portos públicos estão terceirizando “partes” das
atribuições dos Guardas Portuários”.
O caso mais recente e mais escandaloso, disse o presidente do sindicato,
é o do Porto de Paranaguá. “Os terceirizados já estão trabalhando nos
postos e não se fala de concurso público como seria correto considerando
a regulamentação citada”, disse. A ação foi aprovada pelos portos de
Salvador, Aratu, Ilhéus, Santos, Vitória, Rio de Janeiro, Recife, Rio
Grande, Pelotas, Porto Alegre, Itajaí e Paranaguá (anfitrião do
Encontro).
Segundo Antunes, o resultado esperado com a ação “é cessar as
terceirizações, forçando as administrações portuárias a cumprirem as
portarias da SEP 121/2009 e 350/2014 e darem melhores condições de
trabalho para a categoria”.
“Estamos chamando a atenção da sociedade para o tema. O Brasil adotou um
código internacional de segurança que as autoridades não estão
cumprindo. Para cumprir a Guarda Portuária precisa ser revitalizada, com
trabalhadores bem preparados, equipamentos adequados e treinamento
constante, não com o sucateamento e a terceirização da segurança nos
portos” afirmou o presidente da FNP (Federação Nacional dos Portuários),
Eduardo Guterra.
Carlos Carvalhal, inspetor da Guarda Portuária na Codesp (Companhia
Docas do Estado de São Paulo), disse que os principais desafios são
fazer cumprir as portarias 121 e 350 da SEP, dar andamento no PL 3972/15
e recuperar os postos terceirizados. “Tudo isso poderemos conseguir
através da união das bases” completou Carvalhal.
Antunes apontou ainda os deveres que as autoridades portuárias não estão
cumprindo, e que não tem sido cobradas pela SEP e Antaq, entre elas
providenciar armamento e porte de arma para os Guardas Portuários,
manter o efetivo de Guardas Portuários realmente necessário para o bom
funcionamento de cada porto, treinar estes trabalhadores para operarem
VTS e outras novas tecnologias que devem ser utilizadas para o
comprimento do ISPS Code (Código Internacional de Segurança) que o
Brasil assinou em conjunto com outros países. “Estas ações devem ser
feitas pelas administrações portuárias, tanto os portos delegados a
Estados e Municípios como as Cia Docas.
A Secretaria de Portos, a Antaq são os órgãos responsáveis no âmbito
federal para fiscalizar, exigir, autuar e multar os portos que não
cumprirem. No âmbito local a verificação e cobrança destas ações deve
ser feita pelo CAP (Conselho de Autoridade Portuária) de cada um dos
portos”, finalizou Antunes.
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