O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta
segunda-feira (28) "não saber" que governo o Brasil terá pela frente. A
declaração ocorreu durante uma entrevista sobre qualificação de
professores no Brasil, após pergunta de jornalistas sobre o processo de
impeachment.
Após ser questionado sobre o papel do vice-presidente, Michel
Temer, no impeachment, Mercadante tentou se esquivar. "Meu compromisso é
com a democracia e a qualidade da educação. Aqui no MEC, só trato desse
assunto. Vamos discutir educação, depois tratamos de política", afirmou.
Em seguida, completou: "Não sei que governo teremos pela frente,
mas espero que seja sempre um governo democrático, que respeite o
resultado das eleições e as normas constitucionais, e que o Brasil
preserve esses valores", destacou, em coletiva de imprensa sobre
resultados do Censo da Educação Básica de 2015.
"Minha geração teve um sacrifício muito grande de construir a
democracia. Fui coordenar uma campanha presidencial em 1989. Nunca tinha
visto uma. Tinha 33 anos e nunca tinha tido chance de votar para
presidente", afirmou.
O ministro fez ainda uma defesa do governo da presidente Dilma
Rousseff. "Reconhecer o resultado das eleições é fundamental para a
democracia e para o país se desenvolver. Não vejo caminho promissor fora
desse", disse ele. Para ele, a possibilidade de impeachment não tem
base legal. "A imprensa mundial inteira, diferentemente de muitos
veículos do Brasil, está alertando para isso", disse.
Nesta segunda, a Comissão de Ética Pública da Presidência da
República determinou a abertura de procedimento de investigação por
desvio ético contra Mercadante.
A iniciativa foi tomada diante de denúncia apresentada pela bancada
do PSDB no Senado ao órgão federal. O partido de oposição acusa o
ministro de ter incorrido em conduta incompatível com o cargo em diálogo
com o assessor do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), Eduardo
Marzagão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário