O presidente cubano, Raúl Castro, recebeu com um aperto de mão o seu colega
dos Estados Unidos, Barack Obama, nesta segunda-feira, para um encontro no
Palácio da Revolução, em Havana. O encontro ocorreu após o mandatário
norte-americano ter visitado o memorial de José Martí, localizado na
Praça da Revolução, e prestado homenagem ao herói da independência
cubana. A reunião entre os líderes de EUA e Cuba aconteceu após um hiato
de 88 anos.
Durante coletiva de imprensa após o encontro, Raúl Castro afirmou
que a reaproximação dos EUA com Cuba, desencadeada nos últimos meses, é
positiva, mas insuficiente. "Muito mais poderia ser feito se o bloqueio
norte-americano fosse levantado. Reconhecemos a decisão do presidente
Obama e sua administração contra o bloqueio, e seus apelos repetidos
para o Congresso removê-lo", disse. "Outras políticas deverão ser
abolidas para a normalização da relação."
Segundo Castro, o fim do embargo é "essencial para restabelecer as
relações bilaterais". O cubano afirmou que é preciso focar no que há de
semelhanças entre os dois países, e não apenas nas diferenças que
existem, segundo ele, nos conceitos de "sistema político, democracia,
exercício dos direitos humanos, justiça social, relações internacionais e
estabilidade da paz mundial". "Reafirmo que devemos exercitar a arte da
coexistência civilizada, que é aceitar e respeitar diferenças e evitar
que sejam o centro da nossa relação", afirmou.
Obama, por sua vez, declarou um "novo dia" para as relações com
Cuba, mas reconheceu que existem "sérias diferenças" entre as nações. "O
embargo vai acabar. Quando, não estou inteiramente certo, mas vai. E o
caminho no qual estamos continuará além da minha administração",
afirmou.
Hoje, o presidente norte-americano deverá fazer um discurso
televisionado a partir do Gran Teatro Alicia Alonso, antes de assistir a
um jogo de beisebol entre a equipe norte-americana Tampa Bay Rays e a
seleção cubana. Depois, embarca para a Argentina, onde se encontrará com
o presidente Mauricio Macri.
O Google está prestes a expandir o acesso à
internet em Cuba, informou o presidente dos EUA, Barack Obama, durante
sua histórica visita ao país. Segundo destacou, a expansão do acesso à
internet para os cubanos é a chave para mudar o país.
"Uma das
coisas que vamos anunciar aqui é que o Google tem um acordo para
iniciar a configuração de Wi-Fi e acesso à banda larga na ilha", disse
Obama. Separadamente, a Western Union empresa multinacional que oferece
serviços financeiros e de comunicação informou ontem que iria expandir
sua presença em Cuba após movimentos do governo Obama para afrouxar
ainda mais regulamentos sobre transações financeiras.
Uma
pequena parcela de cubanos têm acesso à internet, e o serviço no país é
instável. Um dos objetivos da viagem de Obama à ilha é a construção de
laços econômicos.
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