O diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), o brasileiro Roberto
Azevêdo, estimou que o comércio internacional terá incremento de R$ 1
trilhão quando o acordo global aprovado na conferência realizada em
Bali, na Indonésia, em dezembro de 2013, estiver implementado.
Esse volume representa crescimento de pouco menos de 10% nas
transações comerciais internacionais, que giram em torno de US$ 13
trilhões. A maior parte do aumento, segundo a OMC, beneficiará os países
em desenvolvimento (US$ 730 bilhões).
O acordo foi ratificado nesta terça-feira pelo Brasil, o 72º país a
fazer a adesão. Para entrar em vigor é necessária a ratificação por
dois terços dos 162 membros da OMC (108 países).
"Estamos chegando num momento em que a maioria dos países está
concluindo esse trâmite interno nos parlamentos, congressos, executivos.
Os trâmites são de tempos diferentes. Neste ano, já recebemos oito.
Está acelerando um pouco", afirmou o embaixador, depois de se reunir com
a presidente Dilma Rousseff. O tratado foi aprovado pela Câmara dos
Deputados em fevereiro e pelo Senado em março deste ano.
O objetivo do acordo é diminuir os custos e o tempo que a
mercadoria fica na fronteira, "tempo morto" que onera as transações
mundiais. Segundo Azevêdo, o custo das trocas comerciais deve cair 14,5%
na média mundial. "O exportador brasileiro vai ganhar duas vezes: na
redução dos custos e do tempo para o produto sair do Brasil e também, de
maneira semelhante, na entrada do país de destino. Os produtores
brasileiros que usam insumo importado para fabricar os seus produtos
também vão se beneficiar porque o custo da transação vai diminuir",
explicou.
Esse é o primeiro acordo da história da OMC, criada em 1995, em
substituição ao antigo Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt, da
sigla em inglês). O último acordo comercial foi a Rodada Uruguai,
concluída em 1994. Azevêdo disse que o tratado tem "DNA de última
geração", com estrutura mais flexível para a implementação das
exigências aos poucos pelos países e modelo a ser seguido em outros
tratados.
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