quarta-feira, 16 de março de 2016

Dilma confirma Lula na chefia da Casa Civil do Governo, com status de super ministro

         A presidente Dilma Rousseff anunciou, nesta quarta-feira (15) à tarde, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumirá a chefia da Casa Civil no lugar do ministro Jaques Wagner, que passará a comandar o Gabinete Pessoal da Presidência da República.
         Em nota, Dilma informou ainda que o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC) será ocupado pelo deputado federal Mauro Ribeiro Lopes (PMDB-MG). A presidenta da República agradeceu ao ministro interino, Guilherme Ramalho, “pela sua dedicação” à frente da SAC.
         A entrada de Lula no governo pode levar a mudanças na condução da política econômica e provocar a saída do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que teria sinalizado que não fica no cargo se o Planalto optar por uma guinada na economia, que passaria por uma redução forçada na taxa de juros e na venda de parte das reservas internacionais.
         Segundo fontes, Lula não simpatiza com Tomibini e gostaria de substituí-lo por Henrique Meirelles, que ocupou o cargo quando ele era presidente da República. O novo chefe da Casa Civil, que teria exigido carta branca na área econômica para assumir o posto, deve aumentar a oferta de crédito via bancos públicos, medida vista com desconfiança pelo público e empresário, que não estariam  propensas a consumir, nem animados a investir.
         "Lula não tem mais capital político para restaurar a confiança na economia", analisou a economista Virene Mateso, professora dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas. "Não dá para replicar 2008 e o preço do erro será maior", advertiu o professor do Instituto de Economia da Unicamp, Guilherme Santos Mello. "Lula tentará conciliar essas propostas para conseguir costurar um acordo possível, mas as revelações da Lava-jato dificultarão a chance de se chegar a estabilidade política", acrescentou.
         Parlamentares como senador Álvaro Dias (PSDB/PR) avaliam que com o ingresso de Lula no governo, a presidente Dilma será "figura decorativa". O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso considera "escandaloso Lula ser ministro no momento em que é investigado pela Justiça e pode se tornar réu". FHC entende que "isso aumenta a crise moral do país". "Lula não tem convicções firmes em área nenhuma e muito menos na econômica. Se continuar nessa fase de baixar juros e aumentar crédito, o país irá retroceder", denunciou FHC.
         O certo é que Lula não será apenas mais um simples ministro. Ele teria confidenciado a lideranças petistas que só aceitaria ingressar no governo se recebesse carta branca para mexer na política econômica e, assim, tentar salvar o mandato de Dilma. A própria presidente admitiu que a entrada de Lula no governo será "com status de primeiro-ministro". O entusiasmo entre parlamentares da base governista pode ser resumido pelo depoimento da senadoraVanessa Grazziotin (PCdoB/AM): " ele não aceitou para fugir (do juiz Sérgio Moro, em Curitiba, passando a ter foro privilegiado, no STF), é para ajudar, acho que precisamos de muitos Lulas".

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