O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, afirmou nesta quarta-feira
(30) que, além dos cortes na oferta de assentos, a companhia também
trabalha com outras ferramentas para se adaptar ao cenário desafiador do
setor aéreo brasileiro, incluindo readequações na malha e na frota de
aeronaves. A Gol trabalha com uma redução na oferta total (ASK) de 5% a
8% em 2016.
"Além das medidas estruturantes de redução de oferta e da
contratação de assessores financeiros, também vamos promover neste ano a
readequação em nossa malha, com redução de frequências e suspensão de
destinos nacionais e outros internacionais", disse Kakinoff (foto), durante
teleconferência com jornalistas. Segundo o executivo, no mercado
internacional, serão canceladas rotas para os Estados Unidos, enquanto
no nacional serão suspensos os voos para Altamira, Carajás e Ribeirão
Preto.
O presidente da Gol ainda afirmou que, em relação à gestão da
frota, está previsto o subleasing de nove aeronaves, a alteração no
recebimento de novas aviões entre 2016 e 2017, passando de 15 para um, e
a devolução de cinco em regime de arrendamento financeiro.
Kakinoff também destacou a contratação de duas empresas de
assessoria financeira, de modo a auxiliar a Gol em seu processo de
reestruturação: a PJT Partners, que irá auxiliar a tomar medidas para o
fortalecimento da estrutura de capital, liquidez e perfil de
endividamento, além de alternativas para a dívida sem garantia no
exterior; e a SkyWorks Capital, assessoria especializada em discussões
com arrendadores de aeronaves, de modo a renegociar os termos comerciais
de arrendamentos.
Segundo o executivo, apesar do momento delicado, a Gol não corre
risco de insolvência no curto prazo, em função do colchão de liquidez da
companhia - seu caixa total, incluindo aplicações financeiras e caixa
restrito, somava R$ 2,299 bilhões no final do quarto trimestre de 2015, o
equivalente a 23,5% da receita líquida dos últimos doze meses. "Olhando
para o médio e longo prazo, é evidente que a atual estrutura de capital
tem que ser trabalhada", disse Kakinoff.
Para o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da
Gol, Edmar Lopes, o contexto de continuidade de dificuldades no Brasil
tornou necessária a contratação dos assessores. "Olhando para frente,
para o cenário do Brasil, com um novo patamar de câmbio, crescimento
inexistente e demanda em retração, achamos por bem chamar os assessores
para nos ajudar a avaliar qual a estrutura adequada de capital e o que
precisamos fazer com as partes relacionadas para endereçar os
problemas", disse Lopes. "No momento, não temos valores, mas está claro
para a companhia que precisamos endereçar essas questões rapidamente."
Nenhum comentário:
Postar um comentário