O ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles disse que a
economia brasileira pode apresentar recuo de até 4% neste ano. E, com
isso, colocar o país na maior recessão de sua história. Em palestra
feita durante a 28ª edição da Super Rio Expofood, que acontece no Rio de
Janeiro, ele destacou ainda que, se não houver ajustes na economia
brasileira, o país deve apresentar crescimento baixo durante toda a
próxima década.
Sobre o momento atual, Meirelles, que chegou a ser apontado como o
possível presidente do Banco Central e até mesmo para ocupar o
Ministério da Fazenda, pouco falou. Destacou apenas a importância do
planejamento apesar das "dúvidas que todos têm sobre o futuro". Para
2016, Meirelles disse que o ano "é um cenário de crescimento negativo e
inflação persistentemente alta". Para os preços, citou a projeção de
7,5% para este ano.
"O número hoje é recessão grande. Não há dúvida. Não podemos
subestimar isso. Possivelmente, pode chegar a ser a maior recessão da
história do Brasil. Existe muita incerteza. Qual é o cenário de
crescimento da próxima década? No curto prazo, vários ajustes
macroeconômicos precisam ser feitos, como aumentar o superávit fiscal e
reduzir a inflação. São ajustes econômicos básicos para se chegar a um
cenário básico de crescimento de 2% na próxima década. No longo prazo,
são vários desafios estruturais que geram ineficiências.", afirma.
Segundo Meirelles, durante sua palestra, caso se resolva "os
problemas fundamentais de curtíssimo prazo, mas mantendo ainda a
incerteza fiscal", o país pode ter uma trajetória de crescimento "muito
baixo", de 1% ao ano. Meirelles lembra ainda que, supondo que se resolva
a questão fiscal, mas não se fazendo nenhuma reforma fundamental, o
país vai ter um crescimento de 2% ao ano.
"Com as reformas tributária e previdenciária, no sentido de gerar
mais eficiência, ou trabalhista e maior facilidade para fazer negócios
no Brasil, (melhorando) a logística e (reduzindo os preços da) energia.
Com tudo isso o Brasil tem chance de crescer 4% ao ano . São desafios
que podem ser enfrentados. O Brasil já enfrentou no passado desafios
enormes , com hiperinflação - disse Meirelles, que destacou ainda que as
reservas internacionais representam um "colchão de liquidez".
Nenhum comentário:
Postar um comentário