O episódio da divulgação de áudios com conversas do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff voltou a
fortalecer apostas em um impeachment presidencial, o que se traduziu
nesta quinta-feira (17), em alta de 6,60% do Índice Bovespa, que fechou
aos 50.913,79 pontos. Foi a maior alta porcentual da bolsa em um único
dia desde 2 janeiro de 2009.
Os mercados já iniciaram o dia precificando a maior chance de uma
troca de governo, apoiados na grande repercussão dos áudios revelados
por autorização do juiz Sérgio Moro na noite de ontem. A leitura de que a
nomeação de Lula teve por objetivo apenas a obtenção de foro
privilegiado trouxe a percepção de que o ex-presidente levou a Operação
Lava Jato para dentro do Palácio do Planalto, por envolver a presidente
Dilma Rousseff no caso.
A Bovespa, que já havia aberto em forte alta, acelerou a tendência
com a notícia de que o juiz Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara Federal
do Distrito Federal, concedeu liminar suspendendo a nomeação de Lula,
que acabara de ser empossado como ministro-chefe da Casa Civil. Ações
ligadas ao governo, como Petrobras ON (+8,75%) e PN (+12,03%) e Banco do
Brasil ON (+14,37%), foram destaques o dia todo. Eletrobras ON, que não
faz parte do índice, subiu 10,38%. Tecnicamente, Lula ainda é ministro,
mas não pode operar atos como tal, na avaliação do governo.
Mas a Bovespa voltaria a renovar máximas à tarde, com influência
das bolsas americanas, que tiveram uma rodada de ganhos, em meio à alta
dos preços do petróleo. O Índice Dow Jones fechou em alta de 0,90%
(17.841,49 pontos) e com isso anulou as perdas que acumulava no ano,
passando a contabilizar alta de 0,32% em 2016. O S&P avançou 0,66%
no dia e está próximo de também anular as perdas no ano.
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