sexta-feira, 17 de julho de 2020

Estudo da Allianz revela que perdas da navegação global estão no seu nível mais baixo

           As grandes perdas na navegação estão em seu nível mais baixo, tendo caído mais de 20% em relação ao ano anterior, segundo o estudo da Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS), Safety & Shipping Review 2020. No entanto, a crise do coronavírus pode comprometer melhorias de segurança feitas no setor em 2020 e além, pois condições operacionais difíceis e uma forte desaceleração econômica apresentam um conjunto único de desafios.
          “O coronavírus atingiu o segmento do transporte marítimo em um momento difícil já que busca reduzir suas emissões, há ainda questões como mudança climática, riscos políticos, pirataria e é um setor que lida com problemas constantes como incêndios nas embarcações”, diz Baptiste Ossena, líder global de seguros de casco AGCS. “Agora, o setor também enfrenta a tarefa de operar em um mundo muito diferente, com as incertas implicações econômicas e de saúde pública da pandemia.”
         O estudo anual da AGCS analisa perdas acima de 100 toneladas brutas (GT) e também identifica 10 desafios da crise do coronavírus para o setor da navegação que podem afetar a segurança e o gerenciamento de riscos. Em 2019, foram relatadas 41 perdas totais de navios em todo o mundo versus 53 no ano anterior. Isso representa um declínio aproximado de 70% em 10 anos e é resultado de esforços sustentados nas áreas de regulação, treinamento e avanço tecnológico, entre outros. Mais de 950 perdas foram relatadas desde o início de 2010.
          O setor de navegação continuou a operar durante a pandemia, apesar das disrupções nos portos e das mudanças nas tripulações. Embora qualquer redução nas viagens devido a restrições de coronavírus possa diminuir a atividade de perda nesse meio tempo, o relatório destaca 10 desafios que podem aumentar os riscos. Entre eles estão:
• A incapacidade de mudar de tripulação está afetando o bem-estar dos marinheiros, o que poderia levar a um aumento no erro humano a bordo dos navios.
• A interrupção da manutenção e serviços essenciais aumenta o risco de danos às máquinas, que já é uma das principais causas de sinistros em Marine.
• Vistorias oficiais e inspeções portuárias reduzidas ou atrasadas podem levar a práticas não seguras ou a equipamentos defeituosos não serem detectados.
• Danos e atrasos na carga passam a ser mais comuns, uma vez que as cadeias de abastecimento estão sob pressão.
• A capacidade de responder rapidamente a uma emergência também pode ser comprometida com consequências para incidentes importantes que dependem de suporte externo.
• O número crescente de navios de cruzeiro e petroleiros em lay-up em todo o mundo representa exposições financeiras significativas, devido à ameaça potencial de condições climáticas extremas, pirataria ou riscos políticos.

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