A possibilidade de escoar parte da soja produzida na região Oeste de
Mato Grosso pelo rio Paraguai, saindo da cidade de Cáceres provocou debate
entre a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato
Grosso), e o Movimento Pró-Logística.
O principal foco da discussão é se, de fato, é viável
reativar o local. Com uma estrutura praticamente pronta, a ETC está
concedida à empresa Hidronave South American Logistics e exportou grãos
pela última vez em 2009.
O diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira,
disse que a hidrovia é viável, porém é preciso haver debate sobre o preço do
frete para que ela se torne atrativa.
“A hidrovia está basicamente pronta. Existem alguns pequenos problemas
ao longo do rio, como dragagem, derrocamentos, tomada de água de cidades
e pontes para que se tenha uma navegação franca, de grande porte.
A
viabilidade dela passa pelo valor cobrado pelo frete. Para conseguirmos
potencializar essa hidrovia, será necessário que o frete seja menor. Se
nós tivermos valores competitivos, que estimulem as trades a usarem esse
modal, fantástico, está feito o negócio. Agora, se permanecerem valores
altos, não viabilizará a hidrovia”, explica.
Segundo o representante da empresa a qual a ETC está concedida,
Marcel Chaim, caso um valor de frete seja firmado, é possível iniciar a
exportação pelo local em no máximo 30 dias. A capacidade inicial seria
de 50 mil toneladas para o primeiro ano. O presidente da Aprosoja,
Endrigo Dalcin, destaca a estrutura já existente na ETC de Cáceres como
ponto positivo para que o local seja reaberto, porém lembra que é
preciso ir com calma.
“Não imaginava que já existia uma estrutura funcional como a que vi,
precisando apenas de algumas atualizações. O que precisamos é aguardar
decretos legislativos sobre a hidrovia e o EVTEA (Estudos de Viabilidade
Técnica, Econômica e Ambiental), que deve sair em maio, e mostrará as
principais intervenções necessárias para melhorar a navegação do rio.
Essa hidrovia é uma das três em potencial que Mato Grosso tem e que a
Aprosoja vai se empenhar para que saia do papel”.
Além da Hidrovia Paraguai, as outras duas hidrovias citadas por Dalcin
são a do Rio das Mortes, Araguaia, Tocantins, na região Leste de Mato
Grosso, e do Teles-Pires, Arinos, Juruena, Tapajós, na região Norte.
Agora em março os grupos se reunirão novamente, porém com a presença das
trades para discutir a viabilidade da Hidrovia do Paraguai.
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