As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta terça-feira
(1º), após iniciativas de Pequim de ampliar os estímulos monetários e de
tentar fortalecer o yuan por meio da taxa de paridade, e apesar de
novos indicadores decepcionantes de atividade econômica da China.
Ontem,
o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou uma nova
redução nos compulsórios bancários, de 0,50 ponto porcentual, liberando
bilhões de yuans em liquidez para que bancos comerciais os repassem na
forma de empréstimos. O gesto pegou alguns analistas de surpresa, uma
vez que o PBoC já vinha injetando liquidez no sistema bancário por meio
de operações diárias no mercado aberto.
Além disso, o PBoC
orientou hoje o yuan para cima em relação ao dólar, através da chamada
taxa de paridade, depois de enfraquecer a moeda chinesa por cinco
sessões consecutivas. Apesar da sinalização do PBoC, o yuan acabou
fechando em baixa marginal frente ao dólar, acumulando perdas por seis
sessões seguidas.
O ajuste para cima na taxa de paridade veio
após o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, garantir ao Secretário do
Tesouro dos EUA, Jacob Lew, que não há motivo para a desvalorização de
longo prazo do yuan, num indício de que o governo chinês está
comprometido com a estabilidade cambial. No fim da semana passada, o
presidente do PBoC, Zhou Xiaochuan, fez declaração semelhante sobre o
yuan.
O Xangai Composto, principal índice acionário da China,
subiu 1,7% hoje, a 2.733,17 pontos, enquanto o Shenzhen Composto, de
menor abrangência, teve alta ainda mais expressiva, de 2,3%, a 1.681,47
pontos.
Seguindo o tom positivo na China continental, o Hang
Seng, de Hong Kong, avançou 1,55%, a 19.407,46 pontos. Em Taiwan, o
Taiex subiu 0,9%, a 8.485,69 pontos, atingindo o maior patamar desde o
fim de novembro, enquanto o Nikkei mostrou alta de 0,37% em Tóquio, a
16.085,51 pontos, e o índice filipino PSEi registrou ganho de 0,88%, a
6.729,53 pontos. O mercado sul-coreano foi exceção e o Kospi teve leve
baixa de 0,18% em Seul, a 1.916,66 pontos.
Embora as bolsas
chinesas tenham encerrando o dia no azul, o pregão foi marcado por
volatilidade, após a divulgação de uma nova série de indicadores fracos
da atividade econômica da China.
O índice de gerentes de compras
(PMI, na sigla em inglês) oficial da indústria chinesa recuou para 49,0
em fevereiro, de 49,4 em janeiro, com a leitura abaixo de 50,0 indicando
que a atividade manufatureira da segunda maior economia do mundo se
mantém em contração.
Uma pesquisa semelhante, da Markit Economics e da
Caixin, mostrou o PMI industrial da China caindo a 48,0 em fevereiro, de
48,4 no mês anterior. Já o PMI de serviços oficial do país se manteve
acima de 50,0, ou em território de expansão, mas diminuiu para 52,7 em
fevereiro, de 53,5 em janeiro.
Os PMIs fracos reforçam
preocupações sobre a desaceleração econômica da China, que em 2015
cresceu no menor ritmo em 25 anos, mas também alimentam expectativas de
que Pequim continuará adotando medidas de estímulo monetário e fiscal.
Na
Oceania, a bolsa da Austrália acompanhou as asiáticas, também
favorecida por ganhos recentes nos preços das commodities, que
impulsionaram ações do setor minerador. O S&P/ASX 200, índice que
reúne as empresas mais negociadas em Sydney, avançou 0,9%, a 4.922,30
pontos, registrando sua primeira variação significativa em quatro
sessões. Entre as mineradoras, destacaram-se BHP Billiton (+3%), Rio
Tinto (+2,7%) e Fortescue Metals Group (+6,4%).
No começo da
madrugada, o BC australiano decidiu manter sua taxa básica de juros
inalterada pela nona vez consecutiva, na mínima histórica de 2,0%, nível
em que se encontra desde maio do ano passado.
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