A
Federação Única dos Petroleiros (FUP), ligada à Central Única dos
Trabalhadores (CUT), confirmou início da greve da categoria a partir da
0h de domingo (1). A expectativa é de uma adesão de 80% da categoria
em mais de 33 plataformas e terminais da estatal.
A paralisação foi definida na quinta-feira (29) após reunião com o
Ministério Público do Trabalho (MPT). Na quarta-feira (28)
representantes da Federação também se reuniram com a Petrobras, após
ultimato para negociar a pauta proposta pelos sindicatos, que é contra a
venda de ativos e pela manutenção de investimentos da companhia. Sem
sucesso, os trabalhadores se retiraram da reunião.
"A atual direção da Petrobras não responde à nossa pauta e tenta
impor a pauta dela, com redução de benefícios. Não houve respostas
objetivas em relação à reposição de efetivo, melhorias de segurança, por
exemplo. Há quatro meses a companhia está em silêncio para nossas
demandas", afirmou José Maria Rangel, diretor da FUP.
Segundo ele, a expectativa de adesão à greve é semelhante à de
1995, quando a categoria parou as atividades por cerca de dois meses em
oposição à proposta de privatização e mudança de nome da Petrobras. "A
aprovação nas assembleias foi maior de 80% e superou nossas expectativas
para fazer um bom movimento contra a venda de ativos, que é uma forma
de privatização", afirmou o líder sindical.
Entre os meses de julho a agosto, os sindicatos realizaram
assembleias em diversas unidades de produção, terminais de transporte e
regaseificação, além de refinarias e fábricas de fertilizantes. De
acordo com o Sindicato de Petroleiros do Norte Fluminense
(Sindipetro-NF), há adesão em pelo menos 33 plataformas da região, que
abarca as bacias de Campos e Santos, as principais produtoras do país.
Em nota, a Petrobras sinalizou que tem "compromisso de dialogar
abertamente". A estatal criou uma comissão de negociação para discutir
os termos de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que propõe redução de
jornada de trabalho e alguns benefícios corporativos aos trabalhadores.
"As atividades da empresa são normais e não há prejuízos à produção ou
ao abastecimento do mercado", diz o comunicado.
Desde quinta-feira, oito Estados já paralisaram as atividades após
determinação da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), entidade
ligada à Força Sindical. O grupo negocia reajuste salarial com a
Petrobras. A estatal ofereceu 8,11% em segunda proposta, mas os
petroleiros querem 18% de aumento, porcentual calculado pelo
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese) para recomposição de perdas com a inflação e ganhos de
produtividade.
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