A Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) voltou
nesta terça-feira (27) a pedir, quase por unanimidade, o levantamento do
embargo norte-americano contra Cuba, imposto há mais de meio século,
quase quatro meses após o restabelecimento das relações diplomáticas
entre Washington e Havana. A resolução teve voto favorável de 191 dos
193 Estados-membros que compõe o órgão plenário das Nações Unidas.
Apesar das expectativas geradas nos últimos meses, os Estados
Unidos, ao lado de Israel, votaram contra esta resolução não
vinculativa, que foi adotada pela primeira vez em 1992 e sujeita a
votações anuais desde então. Não foram registadas abstenções.
A votação de hoje tinha, no entanto, um caráter especial, uma vez
que era a primeira vez que o órgão plenário das Nações Unidas se
pronunciava desde que Cuba e os Estados Unidos iniciaram, em dezembro de
2014, um processo para o restabelecimento das relações diplomáticas
entre os dois países.
Os Estados Unidos alimentaram as expectativas sobre uma possível
abstenção na votação de hoje, mas a delegação norte-americana acabou por
votar contra por considerar que a resolução "não representa" o processo
de aproximação que foi iniciado nos últimos meses.
"Lamentamos que o governo de Cuba tenha decidido seguir com a sua
resolução anual. O texto não representa os passos significativos que
foram dados e o espírito de compromisso que o presidente Barack Obama tem defendido", disse o diplomata norte-americano
Ronald Godard, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
"Se Cuba considera que este exercício vai ajudar a que as coisas
avancem na direção esperada pelos dois governos, está enganada",
insistiu o representante norte-americano. O texto preparado pelas autoridades de Havana saúda "o
restabelecimento das relações diplomáticas entre os governos de Cuba e
dos Estados Unidos da América" e reconhece "a vontade" expressa por
Barack Obama "de trabalhar para a eliminação do bloqueio econômico,
comercial e financeiro".
Nenhum comentário:
Postar um comentário