A dragagem, apesar de necessária, por permitir que navios trafeguem sem
riscos, garantindo a profundidade do canal, causa inúmeros
impactos ao meio ambiente, como erosão, escorregamento,
assoreamento, adensamento e inundações. Por isso, o Porto de Santos sofre restrições sempre que precisa realizar esse tipo de obra. Nesse mês, teve uma liminar
indeferindo a suspensão da dragagem e está tendo que fazer
análises dos impactos ambientais potenciais relacionados ao
empreendimento.
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), que
foi autor da ação impedindo os trabalhos, a realização de dragagem no local vem provocando uma
erosão na região da Ponta da Praia, em Santos.
Mas Angelino Caputo, presidente da Codesp (Companhia Docas do
Estado de São Paulo), garantiu que o complexo atendeu as orientações do órgão
ambiental licenciador.
Caputo explicou que os organismos ambientais emitiram documento“apoiando a indicação das medidas preventivas,
mitigadoras e compensatórias necessárias para assegurar que as
atividades implementadas se dessem em termos ambientalmente adequados,
garantindo a viabilidade ambiental das intervenções e, posteriormente,
da operação do Porto de Santos dentro do novo cenário”.
O Canal de Navegação do porto foi aprofundado para 15 metros,
permitindo um calado operacional de 13,2 metros, que vem sendo mantido
pela Codesp. “Os investimentos em dragagem são permanentes e vêm
mantendo as condições ideais de atracação, através de contratos de
dragagem de manutenção para o canal de navegação, berços e acessos a
berços”, disse Caputo.
O presidente da Codesp esclareceu que com base na análise conduzida, foi estipulada pelo órgão
ambiental licenciador a execução de um Plano Básico Ambiental composto
por 25 Programas Ambientais voltados ao controle, monitoramento,
mitigação e compensação dos impactos negativos e também à
potencialização daqueles impactos considerados como positivos.
“O Ibama
preconizou que alguns dos programas previstos continuassem sendo
executados mesmo após o término da dragagem de aprofundamento, haja
vista que alguns impactos do empreendimento poderiam vir a se manifestar
após a finalização das atividades, requerendo assim um monitoramento
continuado”, destacou.
Sobre a erosão nas praias, Caputo ressaltou que o programa de
Monitoramento do Perfil Praial, que vem sendo realizado pela Codesp
desde 2010, constatou que nos últimos 50 anos toda a extremidade leste
da Praia de Santos vem sofrendo retrogradação (a praia está recuando
sentido terra), processo este evidenciado pela erosão frontal e lateral
da praia rumo a oeste.
“Assim, o aprofundamento do canal não pode ser
apontado como o fator determinante do processo erosivo. Ao que tudo
indica, as causas deste processo estão associadas principalmente a
intervenções antrópicas irreversíveis”, assegurou.
Entre eles o presidente da Codep destacou a construção da avenida à
beira-mar sobre a própria praia; a destruição de fontes sedimentares; a
construção de diversas estruturas de lazer, pesca e apoio náutico e até
recentemente a implantação de estruturas de “proteção” costeira;
mudanças na rede de drenagem; entre outros.
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