sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Exportações gaúchas sofrem queda de 5,6% entre julho e setembro

         As exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 5,52 bilhões entre julho e setembro, representando uma queda de 5,6% em comparação com o mesmo período de 2014. O resultado foi determinado pela indústria de transformação, que teve retração de 7,3% (totalizando US$ 3,81 bilhões).         
         Esse recuo só não foi mais acentuado devido à exportação de uma plataforma de petróleo e gás (P-67) para a China, no valor de US$ 394,1 milhões, em setembro. Caso não fosse considerada, a perda do setor fabril teria sido de 16,9%, semelhante ao que ocorreu em nível nacional (-16,7%).
         "O polo naval é fundamental para a economia gaúcha, em função da sua capacidade de geração de emprego e renda na região Sul. No entanto, sua contabilização como exportação não pode ser usada para mascarar a preocupante desaceleração das vendas do setor industrial no exterior", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller, ao avaliar a balança comercial.
         De um total de 23 setores industriais no Estado com registro de operações de exportação, 18 venderam menos. As fortes quedas vieram de coque e derivados de petróleo (-52,6%), tabaco (-34,9%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,5%), couro e calçados (-20,2%), máquinas e equipamentos (-19,1%), produtos alimentícios (-13,2%) e produtos químicos (-10,9%).
         O avanço mais significativo ocorreu em papel e celulose (233,3%), em função da expansão da capacidade da planta da Celulose Riograndense, em Guaíba. Já os produtos básicos retraíram 1,7%. "Convém lembrar também que o atual processo de desvalorização na taxa de câmbio é benéfico para o setor, mas a grande volatilidade da cotação atua para diminuir a previsibilidade das receitas das empresas, o que não é positivo", comentou o industrial.
        Em relação aos parceiros comerciais, a China alcançou o primeiro lugar (US$ 2,22 bilhões), uma elevação de 20,2%, ao comprar basicamente soja e a plataforma P-67. A segunda posição ficou com os Estados Unidos (US$ 365,7 milhões), que diminuíram em 11,8% as encomendas e receberam principalmente tabaco não manufaturado. Na sequência veio a Argentina (US$ 311,3 milhões), ao reduzir em 16,6% sua solicitação, cujos produtos destaques foram veículos automotores.

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