O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, declarou nesta quarta-feira que "o Brasil pode entrar a qualquer momento no acordo liderado pelos Estados Unidos para formar a parceria Transpacífico, o
maior tratado de livre comércio do mundo". Ele refutou as críticas de que o país
está isolado e defendeu a política comercial brasileira.
Segundo Monteiro, o Brasil está fazendo um intenso programa de missões
comerciais como parte de uma estratégia de inteligência para identificar
mercados prioritários e fortalecer a imagem do país no exterior.
"Estamos reposicionando nossa política comercial", disse, durante um seminário em comemoração ao cinquentenário
de criação do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos.
"Temos atuado para encurtar a distância dos países que formam a
aliança do Pacífico na América do Sul, por isso firmamos acordos
importantes com a Colômbia, Peru e tivemos com o Chile o nosso comércio
desagravado", garantiu o ministro. Monteiro argumentou que o país pode aderir a
Parceria Transpacífico a "qualquer momento" e garantiu que esse acordo não
está fechado para o Brasil, visto que Peru e Chile, países da América do
Sul, participam dele.
Mesmo avaliando que o Brasil pode participar, ele explicou
que é preciso primeiro preparar o país e harmonizar o posicionamento
entre os integrantes do Mercosul, já que um acordo desse porte teria de
passar pela cúpula de países de modo que todo o bloco aderisse ao
tratado. "Podemos aderir, mas é preciso primeiro construir as bases e
harmonizar posicionamento dos países dentro do Mercosul", observou. Na
avaliação dele, essa adesão não é algo para curto prazo.
As barreiras a participação brasileira ou do Mercosul no acordo
podem ser levantadas em função dos diferentes interesses sul-americanos e
de dificuldades do Brasil em ser mais competitivo em itens
manufaturados. O ministro, inclusive, frisou que a política comercial
brasileira tem sido mais agressiva no agronegócio e mais defensiva no
segmento industrial.
Apesar disso, Monteiro frisou que o país pode agregar mais valor às
exportações. No entendimento dele, a Parceria do Transpacífico pode dar
oportunidade para que o Brasil redefina a parceria com a China.
"Queremos adicionar mais valor às nossas exportações. Queremos exportar
menos grãos e mais farelo, mais óleo de soja", disse.
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