O Estaleiro Atlântico Sul
(EAS) demitiu mais 200 trabalhadores no final da semana passada. No mês de outubro, o número
de demissões já chegou a 350, somados os outros 150 afastados no início do mês. A informação foi dada pelo Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco/PE),
que representa a categoria. A entidade destacou que hoje a empresa, que chegou a ter 11 mil
funcionários no começo das operações, tem entre 2.850 e 2.900
trabalhadores, número que, até o fim deste ano, ainda deverá ser
reduzido.
“A meta do presidente da EAS é chegar a 2,5 mil trabalhadores até o
dia 15 de dezembro deste ano”, alertou o presidente do Sindmetal-PE,
Henrique Gomes. Ele salientou que o presidente da empresa
pretende baixar o custo para, assim, conceder aumento de cerca de 100%
para as chefias. “O próprio presidente do EAS, Harro Ricardo
Schlorke Burmann, ganha numa faixa de R$ 150 mil somente para demitir os
trabalhadores e fazer trabalho escravo e precário”, denunciou Gomes.
O presidente do Sindmetal-PE, afirmou ainda que essa drástica
redução do quadro de funcionários resultou no acúmulo de função e em
trabalhos precários. “Os trabalhadores estão recebendo ameaças e
sofrendo constrangimento”, disparou. A entidade também informou que
muitos dos demitidos estavam doentes ou lesionados.
“São demissões
irregulares”, acusou Gomes. Desde o fim do ano passado, o sindicato já
contabilizou cerca de três mil demissões devido aos problemas enfrentados
pela empresa depois da perda do contrato de produção de sondas de
exploração de petróleo com a Sete Brasil. O acordo foi suspenso por
inadimplência da contratante, pertencente ao grupo Petrobras e citada no
âmbito das investigações da Operação Lava Jato. O Sindmetal-PE comentou
que está programando um grande ato de protesto contra as demissões no
estaleiro nos próximos dias.
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