quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Antiga CAF propõe ao Brasil criação de fundo de US$ 5 bilhões para financiar concessões de infraestrutura


         O Banco de Desenvolvimento da América Latina, a antiga Corporação Andina de Fomento (CAF), propôs ao governo brasileiro a criação de um fundo com pelo menos US$ 5 bilhões para o financiamento das novas concessões de infraestrutura. A ideia da instituição foi apresentada aos ministérios da Fazenda e do Planejamento.
           O fundo não teria recursos públicos e começaria com aporte inicial do banco latino-americano - no qual o Brasil tem 8,9% de participação acionária - e de um sócio financeiro local. Depois da primeira capitalização, o plano é sair em busca de recursos que possam ser captados com investidores institucionais no exterior, como fundos soberanos e de pensão.
         "Já temos o desenho geral do fundo. A primeira etapa foi fazer um diagnóstico. Agora, o momento é de aprofundar os estudos para constituí-lo no primeiro semestre de 2016", revelou o representante da CAF no Brasil, Víctor Rico. "Há interesse formal da Fazenda e do Planejamento," garantiu ele.
         O plano é ter um fundo nos mesmos moldes, mas com valores diferentes, daquele criado na Colômbia para financiar a quarta geração de concessões de rodovias. Esse programa, apelidado de 4G, abrange mais de 8 mil quilômetros ide estradas e cerca de US$ 15 bilhões em investimentos. A CAF Asset Management, braço do banco latino-americano voltado para a gestão de ativos, criou um fundo em parceria com o Ashmore Group.
         No caso da Colômbia, o objetivo é chegar a US$ 1 bilhão em captações. Para o Brasil, Rico avalia que não será "nada inferior a US$ 5 bilhões", dada a dimensão dos projetos. Quanto disso seria um aporte da própria CAF é algo que ele prefere não antecipar.
         O representante explica que a ideia por trás do fundo é usar o selo de qualidade da CAF, detentora de nota AA- pela agência de classificação de risco Standard and Poor's, como um "respaldo institucional" para dar mais tranquilidade aos investidores internacionais. Além disso, o banco tem forte expertise na avaliação de projetos de infraestrutura, diz Rico.
       Segundo ele, o foco está voltado para o Programa de Investimentos em Logística (PIL), cuja segunda etapa foi lançada pela presidente Dilma Rousseff em junho. O programa prevê obras de R$ 198,4 bilhões nas concessões de 15 lotes de rodovias, quatro aeroportos, ferrovias e portos.

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