quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Excesso de chuvas prejudica atividades de navegação no Rio Grande do Sul

         As atividades de entrada e saída de embarcações estão paralisadas desde domingo no porto de Porto Alegre. Segundo o diretor substituto de Portos da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), Bruno Almeida, até o fim da tarde desta terça-feira, ainda havia água em cima do cais Navegantes, impossibilitando qualquer operação. As vias portuária entre os armazéns também estão tomadas pela água, e a balança foi inundada na segunda-feira à noite. Um navio de fertilizantes está atracado desde quinta-feira passada esperando para deixar o local. Outros dois que deveriam chegar de Rio Grande não puderam entrar no canal.
         "Os navios só vão conseguir operar quando a água sair de cima do cais. Por enquanto, nem entra, nem sai. A princípio, vamos fazer uma análise na quarta-feira pela manhã e pode haver a liberação", disse Almeida. Ele revelou ainda que são esperadas chuvas à montante do rio - ou seja, locais mais próximos das cabeceiras -, o que deve elevar o nível da água entre quinta e sexta-feira, dificultando a liberação da navegação. Além disso, também é necessário esperar que as estradas para saída e entrada das cargas sejam desobstruídas para normalização dos procedimentos.
         As operações do catamarã (que faz a travessia de passageiros entre Porto Alegre e Guaíba) estão suspensas desde às 15h de domingo devido ao fechamento das comportas, em resposta a cheia no Guaíba. O diretor de hidrovias da SPH, Cristiano Nogueira da Rosa, explicou que uma inspeção nos canais de acesso e no cais do porto até Guaíba encontrou duas boias fora de posição.
          A sinalização foi reposicionada no fim da tarde de ontem e, conforme a Catsul, empresa que administra o transporte, as operações serão retomadas normalmente hoje. Entre 2 mil e 2,5 mil pessoas utilizam o serviço de transporte entre Porto Alegre e Guaíba diariamente.
         No porto do Rio Grande, o principal problema não foi a chuva, mas, sim, o vento. As atividades na barra foram paralisadas para entrada e saída de embarcações ainda na manhã de sexta-feira por causa da ocorrência de rajadas de vento na casa dos 80 quilômetros por hora. No domingo, por volta das 13h30, o local foi parcialmente reaberto, com retorno das operações para determinados tipos de navios, com restrições para aqueles mais leves ou com calados próximos ao nível da água.
          Nesse período, cerca de 15 embarcações tiveram que aguardar para ingressar na área do porto.
Segundo a assessoria de comunicação da Superintendência do Porto, o fechamento da barra só causa impactos financeiros maiores caso se estenda por, pelo menos, quatro ou cinco dias, o que acabou não acontecendo, pois os trabalhos foram retomados normalmente no início da manhã de ontem. Entretanto, as perdas, ainda que pequenas, ficam por conta dos operadores, que precisam pagar as diárias enquanto os navios não conseguirem partir, além de caso de cargas mais frágeis para operação em dias chuvosos, como as de celulose.

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