Os últimos quinze dias de fechamento total ou parcial do canal de acesso
aos portos em Itajaí e Navegantes, provocado pela força da correnteza, causaram, até agora, um prejuízo de R$ 40 milhões à cadeia portuária, só em
outubro, e um novo arranhão à imagem do Complexo Portuário do Norte catarinense.
Este ano os fechamentos totais ou parciais já se repetiram por mais
de 40 vezes, com perdas que chegam à cifra de R$ 100 milhões e
ultrapassam as nossas fronteiras. Atingem desde o empresário responsável
pelo envio ou recebimento da carga, em todo o país, até o trabalhador
do porto.
Números como esses estão embasando pedidos da superintendência do
Porto de Itajaí para que o escoamento do rio e as atividades na foz, que
além do porto incluem estaleiros e pesca, sejam considerados nos
projetos de contenção de cheias no rio Itajaí-açu feitos pela Defesa Civil
do Estado.
A abertura simultânea de comportas, por exemplo, pode provocar uma
correnteza devastadora na foz e arrastar sedimentos que vão parar,
justamente, no canal que dá acesso ao motor da economia de Itajaí e
Navegantes. Técnicos defendem análise do comportamento hídrico em relação aos
impactos em cada cidade por onde passa o rio e a avaliação da bacia como
um todo. Um progresso histórico nos projetos de prevenção, que por
décadas desconsideraram os danos econômicos das cheias do Itajaí-açu por
aqui.
A necessidade urgente de uma dragagem de aprofundamento no canal do
Itajaí-açu foi um dos pedidos entregues em documento pelo Governo do Estado à
presidente Dilma Rousseff (PT) no último domingo (25). A justificativa é que a
empreitada, avaliada em R$ 40 milhões, ajude, além da economia
portuária, também a escoar com maior rapidez as águas que descem do Vale
e impedir maiores estragos à área urbana de Itajaí.
A mesma solicitação havia sido entregue na semana passada pela
bancada catarinense ao ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP),
Helder Barbalho. Há consenso de que as soluções para os fechamentos de canal em Itajaí
têm que ser mais rápidas. Se considerada apenas a carga tributária
decorrente dos valores que deixaram de ser injetados este ano na
economia, a perda em arrecadação para município, Estado e governo
federal soma R$ 38 milhões. Quase o valor da dragagem que é pleiteada em
Brasília.
No fim de semana a Defesa Civil Estadual confirmou a homologação do
Decreto de Situação de Emergência em Itajaí, em decorrência dos
prejuízos causados pela correnteza no porto. O decreto depende agora de
reconhecimento da União. Como a correnteza não integra o rol de justificativas de decreto, o
de Itajaí foi feito com base em inundação, sob o entendimento de que as
inundações do Itajaí-açu provocaram a forte corrente, que prejudica a
atividade portuária.
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