Na semana de decisão do Banco Central sobre o rumo dos juros, o
Relatório de Mercado Focus trouxe mais uma avalanche de revisões
negativas de previsões para inflação e atividade em 2015, 2016 e também
para os anos seguintes. Mesmo assim, ficou mais leve a previsão para o
corte da taxa básica de juros (Selic) no ano que vem.
A atividade doméstica deverá encolher 3% este ano e 1,22% no
próximo, com a produção industrial puxando a recessão econômica. Para as
cerca de 120 instituições financeiras que participam do levantamento
semanal do BC, o setor manufatureiro terá baixa de 7% em 2015 e de 1% em
2016. Este é um dos motivos pelos quais há uma unanimidade entre os
economistas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá os
juros em 14,25% ao ano amanhã (terça-feira).
O ponto central do boletim Focus revela também que houve altas das
estimativas para o IPCA em todos os anos. Neste, a nova rodada mostra
uma variação de 9,75% e no próximo, de 6,12%. Para 2017, a previsão é de
uma taxa de 5,00%; para 2018, de 4,70%, e para 2019, de 4,50%.
Entre os analistas que mais acertam as previsões, denominados Top
5, o prognóstico sobre o comportamento dos preços é ainda pior: este
ano, a inflação deve encerrar em 9,81% e o próximo, em 6,72%. Para 2017,
o consenso é de uma taxa de 5,80%; para 2018, de 6%, e, para 2019, de
5,50%.
As pressões vindas dos preços administrados ou monitorados pelo
governo, como o de combustíveis e de tarifas como energia, água e gás,
devem continuar, segundo o boletim Focus. Para 2015, esse conjunto de
preços deve ter alta de 16%, conforme o documento divulgado nesta
segunda-feira, 19. Já para o ano que vem a projeção subiu para 6,35%.
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