O executivo Thiago Fernandes, do Grupo Columbia, avaliou que a disparada do dólar para o patamar de R$ 4,00 diminuiu o volume
de importações no país. Consequentemente, o valor do frete marítimo
também caiu, mas, com a falta de demanda de carga, as companhias
marítimas estão cancelando embarques momentaneamente, até terem volume suficiente para compensar seus custos, explicou
Segundo Fernandes, este período é o chamado “Blank Sailing”. O
problema é que na semana seguinte, os fretes provavelmente ficam mais
caros. É aí que surgem oportunidades de redução de custos para os
clientes que mantêm contratos de médio e longo prazo e comprometimento
com armadores de alto nível..
O observou que o frete marítimo da China para o Brasil, por
exemplo, caiu de US$ 2,2 mil por contêiner/teu em 2012 para US$ 700 a
US$ 1,2 mil em 2013 e 2014. Hoje está entre US$ 50 a US$ 100.
“Como esse baixo valor não é sustentável para os armadores,
aqueles que conseguem manter seus fretes congelados em contratos podem
se salvar do Blank Sailing, sem as oscilações de preço do GRI (General
Rate Increase)”, argumentou Fernandes, que tem extensa experiência
no comércio internacional.
Segundo ele, os portos públicos, privados e portos secos aduaneiros
(CLIA’s) também estão mais dispostos à negociação. “Hoje temos contratos
com linhas da Ásia para praticamente todos os portos do Brasil, o que
nos dá condições de determinar o melhor terminal para o nosso cliente
com o custo mais acessível”, ressaltou.
Ele destacou que já há portos brasileiros
que não cobram o chamado Primeiro Período da carga que aguarda
liberação no terminal, como forma de incentivar a movimentação de
produtos no estado.
Fernandes aponta outra vantagem. “Temos contratos de comprometimento com
alguns portos e CLIAS no Brasil, o que nos proporciona um custo
diferenciado do praticado no mercado, além de reforçar a confiança e
credibilidade junto aos operadores portuários”, disse.
Nos meses de agosto e setembro, a Columbia figurou entre os maiores
importadores nos portos de Santa Catarina. Em 2015, a empresa já
nacionalizou mais de 3 mil contêineres nos terminais marítimos do
estado, vindos da Ásia, Europa e América do Norte. “Isso abre outras
oportunidades para mais redução de custo, o que também pode viabilizar
outros segmentos, como o de Armazenagem e Distribuição”, salientou
Fernandes.
Em vez do pessimismo com os impactos da alta do dólar nas importações,
ele demonstra uma visão otimista. “Este é o momento certo para negociar e
reduzir custos. Temos que proteger nossos clientes da crise econômica e
incentivá-los a importar e exportar cada vez mais”, defendeu o executivo.
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