A Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) divulgou o relatório “Panorama da Inserção internacional da América Latina e Caribe 2015”. A crise do comércio regional: diagnóstico e perspectivas,
que mostrou fortes quedas nos preços das matérias-primas e uma menor
demanda internacional pelos produtos que a região exporta afetaram suas
remessas ao exterior. Em 2014 e 2013, estas registraram diminuições de
-3,0% e -0,4%, respectivamente. Com isso, o triênio entre 2013 e 2015 foi o de pior desempenho exportador da Região em oito décadas.
Segundo o organismo da ONU, é provável que as exportações da região
voltem a cair em 2016, já que as perspectivas de uma recuperação dos
preços para o próximo ano são pouco auspiciosas. A tendência recessiva
que caracteriza o atual contexto econômico internacional impede que o
comércio recupere o dinamismo que apresentou no período prévio à crise
de 2008 e 2009, aponta a CEPAL.
Existe uma mudança de ciclo econômico
caracterizado por um excesso de liquidez, uma queda da demanda agregada,
uma menor capacidade dos países emergentes para absorver os impactos
externos, a desaceleração da China, um crescimento dos ativos
financeiros maior do que a economia real e uma mudança de destino dos
fluxos de capitais para a Região, acrescenta a Cepal. Nesse contexto,
segundo a autarquia, há uma maior pressão para que os países adotem
medidas de ajuste.
O relatório indica, ainda, que o recuo no valor das exportações e a
deterioração dos termos de troca serão mais acentuados nos países e
sub-regiões exportadoras de petróleo e seus derivados e de
matérias-primas. Além disso, as exportações intrarregionais (destinadas a
países da própria Região) registrarão uma contração de -21%, maior do
que a queda que se espera para as remessas extrarregionais (-13%).
As
maiores quedas ocorrem na América do Sul e no Caribe por seu menor
dinamismo econômico e menores preços de suas exportações. Em
contrapartida, a América Central terá um aumento no comércio
intrarregional (2%) graças a um maior dinamismo da atividade econômica e
de uma maior integração produtiva entre suas economias.
No que se refere às importações, o Relatório registra uma situação
similar, já que se espera uma queda média de -10% no valor das remessas
recebidas pela Região em 2015. A desaceleração da economia chinesa desde
2012, também explica a queda das exportações latino-americanas e
caribenhas, em especial dos países especializados em produtos primários
que o gigante asiático importa.
Em seu Relatório, a CEPAL indica que a
“nova normalidade” chinesa – que transita para uma economia com mais
ênfase no consumo – representa uma oportunidade para a América Latina e o
Caribe de diversificar suas remessas a esse país. Por exemplo, a região
poderia converter-se em um sócio estratégico para a China na categoria
agroalimentar, visto que se espera que o país asiático duplique suas
importações deste tipo de produtos até 2020.
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