A fraqueza do mercado interno e a depreciação do câmbio levaram a indústria
brasileira de autopeças a apostar nas exportações para voltar a crescer em
2016. A alternativa foi comunicada pelo presidente do Sindicato Nacional da Indústria de
Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Burtori, que
participa nesta quarta-feira, 21, do congresso AutoData, com lideranças
do setor automotivo.
"A desvalorização do real gera uma
competitividade adicional a uma indústria que está sem competitividade", afirmou o executivo, que espera que o dólar termine o ano a R$ 4,10 e
chegue a R$ 4,59 no fim do ano que vem. "O mercado externo não está uma
maravilha, mas está bem melhor do que o interno", avaliou.
A
melhora das exportações já tem sido observada neste ano, disse Burtori.
Segundo ele, o déficit comercial deve ser reduzido a US$ 5 bilhões em
2015, contra US$ 10 bilhões em 2014. Para o setor, os principais
destinos são a América do Sul, a Europa e os Estados Unidos.
O executivo incluiu
também o mercado de reposição (conserto e atualização de peças em
oficinas mecânicas) na aposta positiva para 2016, Explicou
que o setor deverá ter um crescimento de 2,0% no faturamento do ano que
vem. "Mas isto porque a base de 2015 será muito baixa", destacou. "E
estamos dependendo também de quanto tempo vai durar a crise política",
lembrou, acrescentando que de janeiro a agosto de 2015, o setor acumula queda de 12%
"Estamos
com uma crise política muito acentuada, que realimenta a crise
econômica. Isso gera uma deterioração relevante para o país", comentou o
executivo. Segundo ele, 17 empresas do setor já fecharam as portas
neste ano, em levantamento feito até junho. Em 2014, foram 13 falências no mesmo período.
"Então podemos ter o dobro em 2015", calculou.
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