As exportações do Brasil em contêineres subiram 2,9 % no
terceiro trimestre deste ano, puxadas principalmente por embarques de
produtos do agronegócio, enquanto o volume de importações reduziu o
ritmo de queda. Esse índice foi apontado nesta terça-feira em um relatório setorial da
Maersk Line, maior empresa de transporte marítimo de contêineres do
mundo.
O volume de contêineres refrigerados na exportação subiu 0,8% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período
de 2015, disse o relatório.A alta neste tipo de contêiner, que carrega majoritariamente carnes
congeladas e frutas, foi de 28,4 por cento para a Ásia, compensando
quedas nos embarques para Europa, África e Oriente Médio.
"Ao longo deste ano inteiro vimos crescimento da carga refrigerada,
principalmente para Ásia. O driver principal é o aumento de consumo
chinês. A mudança de hábito de alimentação do chinês é muito
encorajadora, e isso veio para ficar", disse o diretor de Trade e
Marketing da Maersk Line na Costa Leste da América do Sul, João Momesso.
Já o volume na exportação em contêineres de carga seca, que engloba
desde produtos manufaturados até commodities agrícolas (exceto carnes e
frutas), subiu 3,6% no período de julho a setembro deste ano,
ante o mesmo período em 2015. "Uma commodity que teve peso muito forte no trimestre foi o açúcar.
Alguns mercados do Sudeste Asiático tiveram que ser supridos pelo açúcar
brasileiro", disse Momesso, salientando que o volume embarcado com
açúcar em contêineres subiu 49,5% no trimestre.
O algodão, que tem uma grande participação no número total de contêineres exportados, subiu 6,1 por cento no período.
A madeira, que responde por um sexto de todos os contêineres de carga
seca exportados pelo país, teve alta de 44,3% no trimestre,
com fortes vendas para Índia e Vietnã. Numa tendência oposta, o uso de conteineres para exportações de soja
caiu 72,3% no trimestre, segundo a Maersk Line, devido a um
encarecimento dos fretes.
Os custos para exportar em contêineres tem subido desde o fim do ano
passado, porque o volume de importações do país caiu, fazendo com quem
sobrem menos linhas marítimas e menos contêineres vazios para fazer os
embarques e os fretes de retorno a partir do Brasil.
Com isso, houve uma retração dos exportadores de soja que vinham
experimentando usar contêineres para suas vendas no exterior, em um
setor margens muito apertadas e sensível a alterações de custos. "O relatório mostra que, devido à falta de espaço para Ásia, algumas
das commodities tiveram que deixar o contêiner", comentou Momesso.
Termômetro da atividade econômica do país e do poder de compra dos
consumidores, as importações por contêineres continuaram recuando no
terceiro trimestre, embora em um ritmo menor, apontou a Maersk Line. As chegadas de contêineres no país caíram 8,6% no terceiro
trimestre, na comparação com o mesmo período de 2015, que já tinha sido
um período de desaceleração nos negócios.
Nos dois primeiros trimestres do ano, a retração de importações havia sido de 31,2 e 17,6%, segundo o relatório.
"Não está recuperando ainda, mas a velocidade da queda diminui. Para o
atual trimestre, nossa expectativa é que pare de cair. Pelo menos os
volumes estão estabilizando", destacou o executivo.
Segundo o relatório, as importações declinaram menos graças à melhoria na demanda por bens europeus e asiáticos.
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