Em julho deste ano, o GSF (Global Shippers’ Forum) publicou uma
determinação para pôr fim às sobretaxas cobradas dos Forwarders pelos
armadores nas linhas de contêineres. A meta, considerada “ambiciosa” pelo
próprio fórum, é extinguir esse tipo de cobrança até o prazo máximo de
cinco anos.
O
Secretário Geral do GSF, Chris Welsh, declarou, após a conferência da
entidade, realizada no Sri Lanka, que os embarcadores do mundo todo já
tinham de lidar com demandas suficientes, tanto por parte dos armadores
quanto de forwarders, para ainda ter que arcar com esse tipo de
exigência “mal explicada e desproporcional aos serviços oferecidos”.
Welsh afirmou ainda que o plano do GSF seria acabar com as sobretaxas
expondo aos órgãos reguladores mundiais as injustiças dos valores
cobrados, convidando os embarcadores a divulgar seus exemplos por meio
da entidade.
Nesta semana, a BIFA (British International
Freight Association), a associação do Reino Unido que representa os
transitários de carga, também se manifestou a respeito do fim das
sobretaxas. “Os Forwarders não estão satisfeitos com esse tipo de
sobretaxa, e já vimos contestando a sua legitimidade, em nome de nossos
membros – assim como de seus clientes – há vários anos”, afirmou Robert
Keen, Diretor Geral da entidade. “Somos favoráveis à resolução do Global
Shippers’ Forum de trabalhar para o fim dessas sobretaxas no período de
cinco anos”.
Ele explicou que, por mais que, na prática, os
transitários façam o que podem para minimizar os efeitos dessas taxas, o
que acontece é que elas, de fato, são repassadas a seus clientes, o que
faz com que os forwarders sejam responsabilizados pelos embarcadores
por uma série de cobranças sobre as quais não têm controle.
Keen é
também Chairman da FIATA, o instituto internacional de transportes
multimodais que representa os forwarders prestadores de serviços
logísticos no mundo todo. Ele afirma que a entidade também tem batalhado
contra as taxas indevidas há anos.
Segundo Keen, na última
semana, um armador afirmou que, a partir de 01 de novembro, deverá
começar a aplicar taxas sobre “Desequilíbrio de Equipamentos”, na
tentativa de compensar o desequilíbrio na oferta e procura de containers
causada pelo aumento da demanda no norte da Europa. A nova taxa será
válida para a rota leste da Europa para a Ásia. Outra companhia criou
recentemente a sobretaxa de “Alta Estação”.
“Nossos associados já
estão acostumados com esse tipo de cobrança, seja atribuída à alta
estação, ao combustível ou às taxas cambiais, porém o número de
sobretaxas continua a crescer – e geralmente sem uma explicação real, ou
uma justificativa”, protesta o diretor da BIFA, citando outros exemplos
ainda, como taxas de administração, ou de lacração, trabalhistas, mau
tempo, transbordo.
Segundo Robert Keen, as
sobretaxas prejudicam as negociações, e incorrem em prejuízo para o
embarcador, onerando toda a cadeia logística. “Quando um embarcador
assina um contrato, ele deve saber exatamente aquilo por que está
pagando, e o preço não pode mudar”, advertiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário