O diretor do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
(Bndes), Ricardo Ramos, afirmou que a diretoria do banco deve aprovar
ainda neste ano o cancelamento de alguns dos 25 contratos de
financiamento à exportação suspensos por serem considerados de risco. "Estamos olhando um a um (dos contratos), o que nos abre uma frente
de trabalho grande. Temos algumas análises mais avançadas que outras
porque alguns projetos são mais avançados que os outros. Neste ano ainda
já começa a sair alguma coisa", afirmou Ramos, após participar do
seminário "Exportação e internacionalização de serviços de engenharia
consultiva: oportunidade para o Brasil".
O Bndes suspendeu 25 contratos de financiamento à exportação que,
dependendo de análise técnica, poderão ser cancelados. Alguns deles são
considerados frágeis porque os países onde as obras financiadas
acontecem estão em crise econômica. Outros, porque as empresas
brasileira envolvidas nas obras são construtoras investigadas pela
Polícia Federal na Operação Lava Jato.
"Não é só Lava Jato que influencia nessas questões. Tem também a
situação dos países dos projetos. Em alguns projetos nossa decisão é
mais crítica do que outra", afirmou.
Segundo o executivo, as análises avançaram nos últimos dois meses,
mas, a definição de cancelar ou não contratos será da diretoria do banco
e do Ministério de Relações Exteriores. O banco ainda busca
alternativas financeiras para que as obras não sejam afetadas.
Outros financiadores, como bancos de fomento internacionais,
poderão assumir o compromisso firmado com o Bndes. Ramos citou
especificamente os bancos de fomento da Itália e da Alemanha como
exemplos de financiadores que já participam das obras e com os quais
pode negociar uma substituição.
Ramos ressaltou ainda a complexidade em concluir o termo de
compliance, que deve ser assinado com as empreiteiras que continuarem a
ser beneficiadas pelo banco.
"Estamos discutindo o termo de compliance,
que hoje é a grande questão. Faz com que o importador e o exportador
assumam que, nessa obra específica que a gente entende que pode
continuar, não houve problema", disse o diretor.
O dinheiro de contratos suspensos entrará no orçamento do Bndes e
poderá ser alocado a outros projetos. Mas não há nenhuma determinação
para que a indústria local que seria beneficiada com o contrato
cancelado seja atendida nesse realocamento de desembolso.
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