Construir uma comissão conjunta de infraestrutura é o foco de
protocolo de intenções assinado entre o Conselho de Desenvolvimento e
Integração Sul (Codesul) e a Zona de Integração do Centro Oeste
Sul-Americano (Zicosur) no encontro de trabalho realizado nesta
segunda-feira no Palácio Iguaçu, em Curitiba. Participaram do encontro
os governadores José Ivo Sartori (PMDB-RS), Carlos Alberto Richa
(PSDB-PR) e Raimundo Colombo (PSD-SC), além do secretário de Gestão
Estratégica do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e o presidente do
BRDE, Odacir Klein.
A proposta é mobilizar forças nacionais e bilaterais, a fim de
agilizar obras importantes para os estados do Sul. Para tal, também
participaram da reunião o governador da região Autônoma de Antofagasta,
no Chile, Valentín Volta Valencia, que preside a Zicosur e o secretário
executivo Herman Cortês.
Os gestores trataram sobre a elaboração do
documento conjunto com pleitos rodoviários e ferroviários do Codesul; o
pedido à União de apoio financeiro a municípios pertencentes aos estados
da região Sul, por meio de bancos de desenvolvimento e agências de
fomento; a solicitação de reforço na área da Defesa Civil, ao Ministério
da Integração Nacional; e a liberação de recursos para a Rede Sul
Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas e Prevenção a
Desastres Naturais (Rede Climasul).
Sartori defendeu a unidade entre os estados brasileiros, no sentido
de modernizar a gestão pública e enfrentar conjuntamente as
dificuldades. "Se não fizermos uma ação para reconstruir politicamente a
vida nacional, estaremos prejudicando todas as instituições. O modelo
político atual se caracteriza muito pela individualidade e pelos
interesses pessoais. Isso não se sustenta mais. É preciso aproveitar a
oportunidade que as eleições municipais deram ao País, para construir um
novo futuro. A Nação não vai se salvar sem os estados".
O secretário estadual de Infraestrutura e Logística do Paraná, José
Richa Filho, explicou que o Codesul trabalha para potencializar
rodovias de integração em estados do Sul, que necessitem de obras para
sua complementação. As secretarias estaduais de Transporte desejam que o
governo federal assuma intervenções nesses trechos.
Entre as obras em rodovias federais pleiteadas pelo Rio Grande do
Sul, destacam-se as BRs 470 e 116 (trecho entre a divisa com Santa
Catarina até Camaquã, pela BR-470, e de Camaquã até a divisa com o
Uruguai, pela BR-116). As obras necessárias incluem a pavimentação de um
trecho de 126 quilômetros, construção de travessia sobre o Rio Jacuí e
duplicações em andamento na extensão concedida.
No caso das BRs 101 e 471, o corredor permite acesso ao Superporto,
bem como a saída para o Uruguai pelo Chuí, no Extremo-Sul do Estado. As
obras pendentes incluem o reforço estrutural no pavimento para aumentar
a capacidade das vias. O mesmo ocorre no trecho da BR-158, entre a
divisa com Santa Catarina, em Iraí, e Santana do Livramento.
A sexta rodovia federal com necessidade de intervenção é a BR-392,
entre Santa Maria e o porto do Rio Grande. Está incluída neste corredor
uma extensão de 200 quilômetros de concessões federais. É preciso
ampliar a capacidade da rodovia, com implantação de terceiras faixas e
duplicações.
Sartori destacou que o governo gaúcho tem trabalhado para integrar
as malhas estadual e federal, com aprovação recente de um plano de
concessões. "É uma caminhada longa, mas necessária. Precisamos retomar
os investimentos nas estradas gaúchas e isso reflete diretamente no
desenvolvimento das regiões. Não temos preconceito contra parcerias
público-privadas", salientou o governador.
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